CARTA -

18/05/2016 08:26

Querida Vitória

Fiquei muito feliz em saber que está de volta à nossa cidade. Não sei se percebeu, mas continuo vizinho da dona Maria. Ás vezes, quando ela faz aqueles bolinhos de polvilho e me chama para saboreá-los na companhia dela, nós falamos de você.

Verdade? Nós falamos de você. O quanto você está bem, o quanto é feliz e realizada por ter conseguido sair dessa cidadezinha provinciana.

Quando soube da sua viuvez, eu fiquei triste e feliz ao mesmo tempo. Triste porque o Paulo era meu amigo também. Triste por ter sido uma morte tão trágica. Tá já são dois anos... mas eu senti.

Feliz, porque, depois de dois anos, você já tentou tudo e nada deu certo, você retorna. É claro que eu já te vi. Você realmente está linda, mas eu não sou obrigado a correr atrás de você como um cachorrinho.

Não me lembro de ter dado vexame no dia do seu casamento. Eu, assim como todos os presentes, se não todos, a grande maioria, bebemos muito. Ora bolas, bebida boa e de graça, não podíamos desperdiçar. Até o noivo passou dos limites. Você se lembra que ele beijou a Marisa? Sabe o que me lembrei agora? Ela retribuiu. As más línguas, comentam que ele passou a noite de núpcias com ela. É verdade? Depois me fale.

Vitória, estou namorando firme. Gosto da garota que estou. Gosto muito mesmo. Ela é gente boa.

Se quiser, podemos dar uns pegas. Que tal? Fale comigo. Estou no quintal todas as tardes. Mas isso você já sabe né?

Beijos.

Gustavo.

Fátima da Silva
Enviado por Fátima da Silva em 20/05/2016
Código do texto: T5640854
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