De Dilma a Michel (05)

Querido:

Deixei de ver a sessão coruja só para estar contigo numas poucas mas necessárias linhas. Estou sem resposta tua já há dias. Adias? Não creio,mas sempre me encho de esperança a cada vinda do Bessias. Seguinte, companheiro, de chapa e de xepa. Já que bateste o martelo em tirar a pasta da Cultura, não ligues à esnobação serial das fêmeas que, na expressão lúlica e eu diria ab(l)úlica se achem de gelo duro.

Chama um macho novamente. O Jair, por exemplo, é um bom nome. Homem de princípios sólidos, de moral cristã e, de cativante presença capitã. E a condição sine qua non seria a que ele se desgarrasse um pouco daquele seu garotão que já passa da hora do desmame.

Porcaria de aviãozinho que me deste, heim? Mal tem bagageiro para minha coleção inseparável de Vuittons. Mas os pilotos são de uma delicadeza e de um garbo sem par. Pode parecer idéia do caPeTa, mas sinto laivos de uma Gretta. Imagina que minha ex-ministra fiel, e sedutora, ao ligar-me dia desses não deixou de externar uma pontinha de ciúmes. Coisas de mulher, sabes bem, sempre que pode, ou não pode, metendo a colher.

Estamos a 79 dias da abertura dos Jogos Olímpicos e, embora uma tocha ambulante, receio agora não poder estar presente na solenidade de abertura. Já definiste tua presença, ou a agenda ainda não vislumbra tal possibilidade? Ou será alguma aversão ao Rio, cujos riscos são tão-somente a bala perdida e a informalidade exacerbada, assumida?

Criticam-te pela nomeação do Andrezinho, que dizem ser ligado ao Eduardo. Pura fofoca, penso eu. Desculpa não usar aqui o pensamos nós, que, aliás te recomendei usar. Mas, deixando de formalidades aqui: quem não o é? Ele próprio, em declaração à imprensa já admitiu que eu mesma já lhe anunciara - checaste bem se não haveria um microfone escondido aí em teu despacho/ - pois é, eu própria já lhe manifestara a disposição de o ajudar. Pois é, assim como ajudas, sempre há Judas. Cristo, por exemplo, teve dois deles.

Silas, quem sabe, pode ser um bom nome para a Cultura. Profundamente religioso não tem rejeição nem senões. E está renovado com aquela cabeleira. Bem mais atraente, por exemplo, que o Renanzinho que, coitado, vive arrancando os cabelos para botar aqueles seus comandados nos trilhos.

Não me alongo mais. Vou fazer minhas abluções matinais e preparar meu chimarrão. E não é que já estou me re-acostumando às gauchices da vida?

Trilegal. E vou até ver ainda algum GreNal. Não sabes como torço contra aquela Renata Van...

beijim gauchim

Paulo Miranda
Enviado por Paulo Miranda em 18/05/2016
Reeditado em 18/05/2016
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