Aos historiadores do futuro, ass: O povo.
09 de maio de 2016.
Hoje não fazemos a mínima ideia do que aconteceu. Sinceramente.
A primeira notícia do dia foi mais ou menos a seguinte: "Substituto de Cunha na presidência da Câmara anula o processo do impeachment." Foi decretada a nulidade da votação que aconteceu em 16 de abril, por uma série de inconsistências, desde "fuga ao tema" no momento da justificativa (para aqueles deputados que votaram "pela família", por exemplo), até alegações de induzimento de voto. Até aí, comemoramos. O processo, ainda bem, não passaria para o Senado. (Sim, falo por mim e pelos que estão contra o golpe nesta linha. Mas o sentimento do resto dessa história, tenho certeza, é compartilhado por todos.)
Eis que lá pela metade do dia, outra notícia: "Renan Calheiros decide ignorar anulação decretada por Waldir e continuar com o processo."
Pensamos: Só pode ser piada. Coisa do Sensacionalista. Mas não era. Até mesmo os sites de humor estavam chocados e a zoeira sem limite se calou por um breve momento.
Esperamos até a noite para saber o que aconteceria de fato no próximo episódio da House of Brazil, mas nos sentíamos como que assistindo à season finale de LOST.
Agora de madrugada, veio mais uma bomba: "Waldir Maranhão revoga a própria decisão de anular o impeachment."
Abri a notícia rindo, achando que era coisa do Diário Pernambucano, mas quando vi que a fonte era o Diário de Pernambuco, meu coração veio na boca.
Nesse momento, não estamos mais em nenhuma série de drama americano, mas sim numa obra de Dante. "Abandonai toda a esperança vós que aqui entreis" devia ser o novo lema da bandeira, ao invés de "Ordem e Progresso."
Simplesmente, não sabemos o que houve.
Ah, mas a boa notícia é que a florzinha do Facebook continua subindo. Estamos todos muito gratos.