Evolução funcional
Minha vida como docente começou em abril de 1988,substituindo a professora Cinira, que foi para a vice direção. Foi muito bom para mim, pois iniciei a minha profissão no magistério na mesma escola que estudei meu segundo grau, hoje em dia Ensino Médio, que foi na escola estadual de 2º grau professor Alberto Conte, hoje EE Prof. Alberto Conte. Localizada em Santo Amaro, SP.
A partir de então, minha carreira no magistério foi dada pela Lei 500/74, ACT, onde ministrei aulas de Física, na EE Prof. Eusébio de Paula Marcondes, e onde comecei a admiração por uma das mais competentes diretoras que tive: Neusa Maria Machado e também lecionei na cidade de Diadema, onde tive um aluno para lá de especial, o Arnaldo, cadeirante, vizinho da escola, morava na frente da mesma, e tinha uma habilidade para o desenho incrível. Lembro do seminário que passei aos mesmos, sobre a questão de poríferos (esponjas), e ele desenhou as mesmas, foi um dos melhores seminários que vi. Isso na Escola Senador Filinto Müller.
Em Diadema também lecionei na Riolando Canno, com outra diretora que marcou muito, e numa época que estava gestante dos meus filhos Alexia Cristina e Gabriel, ela era muito humana em relação a minha pessoa, Dona Zilda. Mas, antes, passei de novo pela escola Alberto Conte, pela Amélia Moncon, Pascal Fillipelli, Bento Pereira da Rocha, e em 1996, vim para a escola na qual sou efetiva como Professora Coordenadora Pedagógica do diurno e lá tive e tenho n questões de amor e ódio, foi no período de 1997, que nessa mesma escola perdi meu primeiro filho, devido um aborto espontâneo, e se for pensar a causa, no dia 5/12/1997, estava lá na escola juntamente com a supervisora Sandra Regina, que já havia sido minha diretora no Amélia Moncon, e ela era ótima, nós tentamos, junto com as inspetoras na época, Maria Lúcia(Lucinha) descobrir quais alunos haviam jogado bombinhas, foram mais de 20 explosões de bombinhas, no dia. E, no final de semana que se seguiu começou a minha dor, e no dia 10/12/1997, no hospital Nossa Senhora de Lourdes, tive que fazer a curetagem. Mesmo assim, continue na coordenação até o primeiro bimestre de 1998, e acabei saindo por quase seis meses do estado. Hoje me arrependo amargamente de ter retornado, não pelos alunos, mas pela palhaçada dos bastidores educacionais. Gente pisando em gente, e querem que se tenham alunos comportadíssimos e ainda numa visão retrógrada que vejo é difícil. Sei também que temos alguns alunos com problemas familiares, problemas com a Lei e ainda os portadores de necessidades especiais, mas, muitos docentes não têm tempo e não querem fazer cursos para melhor desenvolverem suas aulas, querem sim, dar aulas em 2 ou mais escolas, ganharem dinheiro, e aqueles que só se dedicam as escolas da rede estadual são desvalorizados, tanto financeiramente, como, seus horários seguem de forma desorganizada, pois quem mexe com o horário dos mesmos, dão valor aos outros que ministram aulas em 2 redes diferenciadas, exemplo, estado e prefeitura. Sei que cada um tem seu motivo particular, mas chegam a prejudicar aos próprios colegas da mesma área.
Bem em 2006, me tornei efetiva, titular de cargo da Escola Estadual Pastor Waldemar Rodrigues, com a direção, gestão de Edna e Valéria, na coordenação Cilene e Pinha, e como secretária Ângela, que arrumou minha vida funcional, mas eu devido a questão de morar desde abril de 2003, próximo a escola Lauro Pereira Travassos, retornei a mesma por remoção. E, estou lá até hoje. Lembrando que no período que me tornei efetiva estava designada na coordenação da EE Manuel Borba Gato, onde meus filhos: Alexia Cristina e Emmanuel foram alfabetizados pela professora Denise, que era tradicionalista, e graças a Deus eles aprenderam a ler e escrever muito bem. Nessa época a escola, aprendi muito com cada docente que estava no Borba, com o Nelson, a Tânia Legg, da gestão, foi excelente, mas minha estadia lá foi pouca, pois como houve mudança de gestora, a senhora Ruth Danuzia, quis sua própria equipe e eu retornei para sala de aula, tive muitas pessoas que deixaram saudades e um aprendizado único com uma equipe maravilhosa, e vou ser sincera, por mais que a DE cobrasse para que todas as docentes ministrasse com o tal Letra e Vida, as professoras com métodos tradicionais que davam índice ao SARESP e outras avaliações, tenho enorme orgulho disso, e particularmente, quando retornei a escola Lauro como docente, minha filha estava já na quinta série do ensino fundamental, hoje conhecido como 6º ano, e ela e Victor Antônio, que foram alfabetizados pela professora Denise, tinham ótimas notas em tudo, e o desempenho era e é excelente até hoje, já um outro aluno, que foi alfabetizado pelo letra e vida, por uma docente, ele também está na escola Lauro, e apresenta n dificuldades em tudo. Tanto é que Alexia e Victor, estão se formando este ano de 2016, e o aluno citado que eu também acompanho, é repetente e ainda no EM tem dificuldades.
Mas, voltando a falar da minha vida funcional, em 2012, até a metade do ano estava bem, mas serei bem sincera, além de uma briga familiar com alguém que amo mais do que uma prima, e sim uma irmã, e também a questão de ministrar aula da Disciplina de Matemática para uma quinta série, onde também lecionava para meu filho, haviam 7-10 crianças com distúrbios e transtornos de aprendizagem, sendo um superdotado e um outro com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, imagina com meu emocional em baixa, joguei tudo na voz, e a partir de agosto de 2012 a julho de 2013, fui tirando licenças médicas uma atrás da outra, a primeira foi em 23 ou 24 de agosto de 2012, cid 10: J 490 – disfonia, vendo que a voz não voltava fui indo aos médicos e acumulando n atestados, que foram enviados a escola, mas pelo que lembro a pessoa tinha saído de férias e a outra que estava no lugar não marcou, guardou em uma das gavetas e com isso, muitas de minhas licenças no período foram negadas, outras nem marcadas foram, e eu que já estou querendo deixar tudo certinho para minha aposentadoria, fui ver com a atual GOE (gerente de organização escolar) que minha vida funcional está um buraco de quase 180 dias, devido não vou dizer que não tenha uma parcela de culpa, mas por falta de informação da secretária e da própria gestão escolar que nem sequer me avisaram o que estava ocorrendo.
Eu, nessa época de 2012 – 2013,tive tratamentos com psiquiatras, com fonos, otorrinos e gastro, sei que a causa maior foi o meu emocional, mas já algum tempo venho atrás de informações, me encontro readaptada, onde na escola existem outros e dizem para mim que é automático a questão de readaptação temporária para permanente e pesquisando sei que não é, e tendo cumprir com minhas obrigações, mas infelizmente com a vida funcional desse jeito, têm momentos que quero tirar a própria vida, e deixar estes quase 28 anos de estado para trás.
Peço ajuda se alguém puder resolver minha vida, estou correndo atrás, já estive no CPP – Centro do professado paulista, onde sou sindicalizada, conversei com a atual GOE, e não sei o que fazer.
Sei que tenho culpa, mas a escola também tem e muita, têm muita coisa para se investigar lá, mas a culpa sempre recai para o docente, que além do salário baixo, está a mercês da incompetência alheia.
Não vou dizer que não goste da gestão, como pessoas, seres humanos eu não nego, admiro, mas profissionalmente, tenho minhas queixas.
E, vejo que hoje mesmo readaptada luto e muito pela questão pedagógica, assim como sempre lutei.
Aprendi as duras penas que não podemos confiar em ninguém e sim somente em nós mesmos, pois no período citado, mesmo com disfonia e afonia, não houve sequer um colega da escola que desse um telefonema ou desse um pulinho aqui em casa, pois como citei moro atrás da escola Lauro Pereira Travassos.
E, sei que no período de 2012, não tem só os erros para com minha vida, mas de muitos outros colegas, será que a escola não tem como fazer um ofício para mim, relatando que na época por algum motivo não foi marcado perícia, e que eu fiquei afastada um ano??? Tenho meu prontuário do DPME – Departamento de Perícias Médicas do Estado de São Paulo, onde constam todos os atestados do período.
Bem, se até final desse ano de 2016 nada for resolvido, não sei se 2017 estarei por aí...
Por isso deixo esta carta desabafo, esta autobiografia de vida profissional, pois não quero que meus filhos escolham esta profissão que nos massacra diariamente.
Afirmo veracidade e dou fé.
Tereza Cristina Gonçalves Mendes Castro – conhecida como escritora Téka Castro.
São Paulo, 30 de abril de 2016. 11:07h. Dia de outono – friozinho com Sol a brilhar.
 
Foto : Professora Tereza Cristina G Castro 
 
 
 
 
 
Teka Mendes Castro
Enviado por Teka Mendes Castro em 30/04/2016
Reeditado em 30/04/2016
Código do texto: T5620897
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