Carregar o mundo nas costas pesa.
Carrego um mundo dentro de mim. Um mundo com diversas partes. Tanto de sonhos, de possibilidades, de devaneios e de saudades. Tenho saudades de pessoas que passaram pela minha vida e deixaram um rastro. Seja esse rastro de rosas ou de espinhos. Sinto falta de pessoas que me fizeram bem e também sinto falta de quem ja me fez mal, afinal, antes de me fazer mal já tinha me feito o bem também.
Ele possui uma parte formada por sonhos e metas. Parecem tão altas, tão distantes, tão difíceis ... Mas eu carrego esse mundo e tenho a responsabilidade de sustenta-lo em órbita. Mantendo sempre em nível, mesmo quando pesar de mais. Mesmo quando estiver desanimada e frustrada. Mesmo quando tudo parecer ridículo e ilusório, ainda assim carrego esse mundo e não posso deixá-lo cair por simples fraqueza. Essa parte do mundo é áquela que traz medo, alegria e esperança.
Na parte das possibilidades (tanto nas que tive e nas que ainda terei), uma musica me vem a cabeça, principalmente um trecho dela :"[...]Devia ter arriscado mais,e até errado mais.Ter feito o que eu queria fazer.Queria ter aceitado as pessoas como elas são[...]"e "[...] Devia ter me importado menos,com problemas pequenos[...]". Essa música me remete a todas as possibilidades que perdi e a todos os "e se's" que já vivi ( mesmo que em pouco tempo de vida). Essa música me faz pensar em todos os erros que não devo cometer, mas sei que quanto mais pressão puser em mim mesma, mais irei meter os pés pelas mãos e errar em coisas banais. Portanto, essa parte do mundo, é a mais cansativa, assustadora e frustrante.
A parte da saudade... ai essa é aquela que dizem que mata não é ? Não acho que chegue a tanto, mas machuca. Machuca muito de inicio e aos poucos a dor vai amenizando, quando você percebe, essa dor virou nostalgia e vontade de reviver os bons momentos, mesmo que isso seja impossível. Essa parte do mundo, é a parte que me faz pensar durante horas antes de dormir e me faz pensar que tudo que aconteceu teve um propósito e que, daqui a alguns anos, quando eu estiver fazendo um novo balanço a respeito do mundo que carrego comigo, verei com outros olhos tudo e todos que deixei para trás.
Então moça que carrega o mundo, aguenta o peso, segue firme e olha pra frente que atrás vem gente. Gente com seus mundos, que por vezes conflitarão com o seu, causando um baque de balançar a estruturas. Aos poucos o tremor ameniza e tudo se ajeita, porque, apesar de todos termos bagagens diferentes, nossos mundos possuem partes parecidas.