CARTA ABERTA AOS PROFESSORES

Hoje pela manhã fui abordado por uma professora aposentada e muito simpática por sinal, a mesma me fez refletir sobre como os professores estão sendo tão desvalorizados, e assim, naturalizando essa condição, também me contou da sua experiência como professora de “banca”, afirmando que recebe tão pouco por aula que sente-se por vezes desmotivada, apesar de já ter contribuído por muitos anos como professora do município, e mesmo já sendo idosa, ama independente de qualquer coisa a docência. Conversando mais um pouco me falou que alguns anos atrás se aposentou e perdeu todas as suas vantagens trabalhistas, passando então a receber apenas um salário mínimo. Não irei citar aqui o nome da mesma por questões éticas e para preservar sua identidade. Mas, esse diálogo acabou me deixando inconformado e ao mesmo tempo incomodado por fazer parte de uma categoria que infelizmente se fragmenta em vez de se fortalecer. Lamentavelmente alguns professores se rendem ao sistema que só faz devorar e reduzir o verdadeiro sentido da educação e esquecem que o tempo passa, que os governos mudam, que os discursos na maioria das vezes não condizem com as práticas. Que nós continuamos professores continuamos nossa missão e eles passam como deve ser. Porém, o que o temos feito? Greve apenas por greve? Mudança? Consolidação de uma classe? Ou estamos apenas nos iludindo pensando que amanhã será diferente sem querer mudar nosso próprio pensamento e consequentemente nossas práticas. Que fim teremos quando nos aposentarmos, que fim terá a educação, os alunos, os professores, os profissionais em educação, a comunidade escolar? Enfim, que fim?

Sábado 12 de março de 2016

Rogildo de Oliveira

Prof. de Filosofia do Colégio Municipal Paulo Souto/Ibirataia

Licenciado pela Faculdade Batista Brasileira

Pós-graduado em Ensino de Filosofia pela FAVENI

Rogildo de Oliveira
Enviado por Rogildo de Oliveira em 13/03/2016
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