ESCOLHAS
Quando pequena me perdia confusa em meio as brincadeiras
Tão livres e inocentes, mas imprevisivelmente decisivas
Ironicamente aquele momento lúdico da minha infância me perseguiria
Por tantos caminhos, por vezes tortuosos e espinhosos
Por hora apenas eram rosas e sem pedregulhos
Inevitavelmente seria simples escolher e caminhar por entre as rosas
Não! Como poderia prever que sua imagem era enganosa e ilusória?
E como dói descobrir que decidir é muito mais complicado
Que apenas fechar os olhos e escolher entre pedra, papel ou tesoura
Eu cresci e aos poucos fui percebendo que em cada escolha feita
Uma voz infantil lá no fundo da minha alma me dizia baixinho
“Você errou! ”
Anos e anos ouvindo essa mesma voz que aos poucos deixava de ser
Tão doce e inocente para se tornar cruel e assustadora, temi
O medo então tornou-se meu instrutor e mal conselheiro
E depois de tanto tempo seguindo caminhos a mercê do imprevisível
Me vi como em um conto de fadas e a “Alice” finalmente olhou-se no espelho!
E de verdade, por inteira, sem as amarras do tempo e fora do “buraco”
Mas principalmente ela saiu do esconderijo sem medo
E aquela voz cruel e enganadora agora era a voz da minha consciência, do meu “chapeleiro maluco”… A voz da minha intuição
Que me dizia “Siga seu coração, acredite em você mesma!
Encare a sua vida com a leveza e a inocência da criança de outrora
Que quando erra começa a brincar outra vez...
Drica Barreto