CARTA DE AMOR Nº 2
NOTA:CARTA DE AMOR faz parte de uma série que está sendo publicada pelo autor na Folha do Conjunto Veridana em Santa Cruz-Rio de Janeiro.
Branca,
Antes de mais peço desculpa pela minha ousadia. Saiba, porém, que o motivo desta carta é para mim da mais séria importância e quem sabe, se para você também.
Depois que passou a morar no bairro, todas as manhãs vejo a Branca passar diante da minha loja. Acho-te linda e elegante. Outro dia li um poema lindo e depois disso sonho com você.
O titulo é: Amor à primeira vista.
Copio o último verso: Encantados nós os dois
Juntos andando e depois,
Nessa praia maravilhosa
A imensidão do mar à vista
Nos beijamos ternamente.
Nos oferecemos mutuamente
Nosso coração, uma rosa.
Foi uma mutua conquista
Foi amor à primeira vista!
Para mim, não tenho dúvida, te amo desde quando te vi pela primeira vez. Por intermédio de algumas de suas vizinhas pude saber algumas coisas interessantes sobre a sua vida. Soube que tem mais idade do que eu e que é livre. Esteve casada com um importante empresário carioca, não tem filhos e depois da separação legal veio viver aqui na comunidade na casa de sua mãe. A Branca exerce uma das profissões mais gratificantes, é professora.
Falando um pouco sobre mim, posso dizer em primeiro lugar que sou muito tímido. Tenho 27 anos, sou solteiro, mas vivi oito anos com uma moça, a qual me deu duas filhas. A nossa relação começou quando ela tinha apenas quinze anos e eu dezessete. Devido á pouca idade e experiência a nossa vida em comum nunca deu certo. Faz agora dois anos que ela foi embora não sei para onde, deixando as minhas filhas comigo. A Vanessa tem seis anos e a Eliane dois anos e meio. Embora sejam os meus pais que as estejam criando, ainda não perdi a esperança de reconstituir a minha família. Viver com a mulher amada e as minhas filhinhas é o meu sonho. Ficaria feliz se a Branca quisesse compartilhar comigo este sonho.
Alberto