MEL

Ana Maria

Lembrei-me dos velhos tempos, você conheceu bem a Mel e por isso estou escrevendo.

Ela recebeu um diagnóstico de câncer no pâncreas, o tumor nesse órgão não pode ser operado e ela tem morrido cada dia um pouco. Esta magrinha, vejo sua degradação física dia a dia e nada posso fazer. A minha preocupação é que ela não sinta dor e até agora com medicação tenho conseguido evitar.

Ela tem sido minha companheira inseparável nos últimos anos, lembro quando recebi o resultado da biopsia, eu morava sozinho a Cristina não trabalhava mais comigo. Quando cheguei em casa angustiado foi equem a vi primeiro, abracei e fiquei assim com ela quase o resto do dia, era o abraço que precisava naquele momento, minha família veio saber que eu estava doente algum tempo depois. Os cachorros durante esse período difícil da doença que me abateu foram os meus grandes companheiros e em especial a Mel. Somente quem tem um amor incondicional desses em casa sabe bem a importância do que estou dizendo.

Não posso me afastar dela nenhum momento que começa a chorar, me olha com um olhar meigo, triste, de agradecimento, e na verdade sou eu quem tenho que agradecer a existência dela na minha vida.

Estou profundamente triste com sua morte eminente, mas sei hoje que somos eternos, humanos e cães, sei também que ela ira para um lugar muito melhor e que ainda nos encontraremos muito mais felizes em outro mundo menos cruel com menos sofrimento físico e emocional.

Mel faleceu no dia 04/03/2016, completaria esse ano 14 anos.

Duda Menfer
Enviado por Duda Menfer em 01/03/2016
Reeditado em 18/03/2016
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