Caro leitor,

Estou aqui por uma razão:

Eu preciso desabafar.

Vou contar a minha história errante, mas faça o favor de não me julgar.

Tudo começou em novembro quando conheci um rapaz. Ele me queria, me procurava, me desejava, e dizia que adorava nossas conversas.

Certo dia descobri que ele tinha pouco tempo que havia terminado com a ex-namorada, e ela estava ainda arrasada com o fim da relação.

Meu sinal de alerta tocou: CAIA FORA DESSA!

Mas não. Eu fiquei. Ele jurou ter superado, ele jurou tê-la esquecido.

Até aí tudo bem.

Até que nosso caso se aprofundou, pelo menos pra mim. Eu me apeguei a ele de tal forma que parecia que eu o conhecia a anos.

Um certo dia ele mudou. Estava sério, mal me beijava, mal falava.

Desconfiei.

Então veio a verdade, a verdade que eu sabia:

Ele ainda a amava.

Eu o deixei, sofri, chorei, me culpei por ter deixado tudo ir tão longe.

Mas depois eu percebi que a culpa não era minha, a culpa era dele. Era ele quem estava errado. Ele que não devia se envolver com uma pessoa pra esquecer outra. Eu fui usada. Fui iludida, achando que ele estava livre de suas dores, quando se afogava nela todos os dias e eu... Pobre de mim... Eu piorei tudo, disse ele. Mas de quem é a culpa? Não fui que o procurei, não fui eu quem o enganei.

Hoje nos falamos como se fossemos dois meros colegas de faculdade. Ele não olha nos meus olhos, ele fica tenso perto de mim. Ele sabe que o esqueci, enquanto ele se levanta toda manhã amargando a dor de estar sozinho. Sim, sozinho porque ele não voltou para a ex-namorada.

Eu fui uma passagem na sua vida, e ele foi alguém com quem eu desejei passar o resto da minha.

Agora, acabou! Cada um pro teu lado, e fingir que não houve nada. Até que tem sido fácil, pelo menos pra mim, afinal eu não tenho medo de olhar nos olhos de ninguém.

Loi Correia
Enviado por Loi Correia em 01/02/2016
Código do texto: T5530658
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