Carta aos 22

Quando se trata de história de amor, a minha não é aquela de final mediano, que se encontra um romance e vive com ele meio a brigas, sexo e amor. A minha é aquela que o sol não ilumina mais que uma pessoa, uma escova de dentes, um travesseiro, um prato sobre a mesa e uma lágrima no fim daquele filme romântico, pois sei que aquele fim não é pra mim.

Meu peito dói por amores reprimidos que não me dignificam, de paixões que simplesmente me atropelaram e foram embora sem olhar para trás.

Talvez você nunca me veja, talvez você nunca sinta o meu toque, talvez nunca ouça minha voz e talvez a distância e a dor sejam sempre nossos inimigos.

Você encontra outra pessoa, a ama, casam e têm filhos.

Você terá uma família que o respeita e uma mulher que durma com você todos os dias.

Mas ao passar dos anos, as ligações secretas que ela recebe e as saídas repentinas aumentam, sua insegurança e ciúmes também.

Seus filhos começam a se drogar e brigar na rua, o mais velho já perdeu até metade de um dedo.

Sua vida está estranha.

Sua vida está distante.

Sua vida não é a minha.

E talvez tudo seria diferente se esse talvez deixasse de ser uma incerteza.

Assinado: Sua