(Re) Começar
30 de novembro.
Deveria ser um dia como qualquer outro. Assim como deveria ser 13 de outubro, 5 de novembro, 13 de janeiro. Mas não é. De um jeito triste deixou sua marca. Aquela que passe o tempo que passar, muito provavelmente será lembrada. Talvez, sem aquela tristeza ou nostalgia típicas de quem viu um amor respirar por aparelhos até chegar à sua fase terminal. Quando nenhum "remédio" foi capaz de fazer com que sua vida se prolongasse. Como eu já falei outras vezes, a morte de um sentimento é a pior de todas. A mais cruel. A mais dolorosa. Porque aquela pessoa com a qual dividíamos nossa vida, compartilhávamos de sonhos e planos, apesar de fazer parte de nossa história, já não faz parte de nossa vida. Já se encontra distante daquela pessoa que um dia representou. Saudade é uma droga, assim como a carência. Faz com que vejamos algo onde não existe nada. Faz com que criemos expectativas onde não haveria esperança alguma. Faz com que acreditemos que, aquilo que jamais passaria de um nó, é um laço. Hoje eu convivo com mais um de meus nós. Talvez aquele que dificilmente seja desfeito, embora eu acredite que nada é inalcançável, que nenhuma dor é eterna e que nenhum amor é insuperável, por mais forte que tenha sido. Porque esse amor do qual me refiro, um dia foi forte, ajudando-me a construir uma fortaleza que, mesmo mais frágil e vulnerável do que eu poderia imaginar, por um tempo me protegeu de tudo aquilo que há anos venho tentando fugir, desvencilhar-me. Mas como sempre ouvi de minha mãe, não adianta querer fugir dos problemas, quando grande parte deles está dentro de nós, acompanhando-nos onde quer que estejamos. A verdade absoluta é que sinto falta. Sinto saudade. Lembro dos beijos, dos abraços, do carinho compartilhado. Até mesmo das brigas, embora sua frequência tenha causado aquele fim tão doloroso. Mas não posso reclamar de nada na minha vida. Já provei a mim mesmo que sou forte. Quebro-me, mas me reconstruo em seguida. Choro, mas logo vejo nascer aquele lindo arco-íris. E não desisto nunca. Há tantas pessoas por aí querendo ser encontradas, que seria de uma tamanha injustiça que, em meio a todas elas, eu não fosse uma das contempladas.