Ao Rei da Preguiça
Parintins, 25 de Novembro de 2015.
Caro amigo, como vai? espero encontra-lo bem, e com saúde. Por aqui estamos indo ¨vivendo um dia de cada vez¨ já que não conseguimos fazer muito além disso.
Antes de tudo gostaria de lhe contar, sobre aquelas conversas que sempre tínhamos, sobre o Brasil ser um país sem emprego. Pude constatar isso agora, realmente a coisa ta difícil, e o nosso povo passa por varias dificuldades no campo social. Aí no Japão, como está? muitas horas extras por dia? Você continua a não fazê-las? Lembro-me sempre de você, quando vejo essa imensa falta de emprego aqui. Quando lembro que você faltava dias de trabalho, por não ter costume de acordar cedo, e o chefe tinha que ligar pedindo-lhe por favor para vir trabalhar. Eu logo penso, quem deras que aqui no Brasil fosse assim. As vezes chego a imaginar que estamos em papeis trocados. Tens visto Ikemoto? quando encontra-lo diga-lhe que mandei lembranças! lembra como ele era irreverente!? lhe definia de forma singela de ¨O rei da preguiça¨.
Caro amigo, desculpe a sinceridade, mas não podia deixar passar, já vi reis de todos os tipos. Mas, "O Rei da Preguiça" foi a primeira vez.
Um abraço.
Monteiro Verçosa