A escoriação de suas lembranças.
 
O médio temporal tornou-se real ao permitir o desfiar de sua língua:
"Outra noite, imaginei seu corpo morto estirado no teto. Através disso, me convenci de que nossas mãos não passam de uma 'desculpa plástica'".

Como um crime de ressoar religioso, fingi um interesse na Bíblia:
"Talvez 'Deus' consiga nos remendar. Afinal, é isso o que ele faz, não é?"
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Com as mãos trêmulas ao contrário, firmei o ar no vácuo dos dedos acariciando seus cabelos emergidos. A sensação de afastamento foi imediata: soube (através da medusa) que nunca existiram mentiras - e isso, dentro de mim.

A beleza da minha primeira paixão no seu envolvimento, foi a beleza de sua nuca. Nada poderia nascer atrás de sua cabeça além da minha voz.

Contudo, o verdadeiro motivo se torna claro agora: sua nuca bonita, na verdade, era a escolha definida - pois foi a única coisa que fixei quando você foi embora.
 
Lainni de Paula
Enviado por Lainni de Paula em 31/10/2015
Reeditado em 01/11/2015
Código do texto: T5433087
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