Decepção
Tenho hoje a dor da decepção, o choro preso na garganta, as lágrimas querendo cair. Mas não caem. É uma decepção sem sentido já que nada esperava. Mas acreditei. Acreditei em tudo que dizia mesmo sabendo que sempre foi o maior mentiroso que já conheci. Nunca acreditei numa palavra do que dizia, mas sempre desacreditei acreditando. Que tolice! Daquelas coisas que você faz mesmo sabendo que vai dar errado e só faz por teimosia. E foi assim que acreditei, cegamente, sempre. Surpresas, surpresas no final, final de tudo, final do istmo de sentimento de amizade que restava. Esse era meu grande medo. A traição da amizade é muito mais dolorida que a do amor. E você me traiu bem nessa parte mais profunda entre nós. Me sinto um lixo agora, perdi um amigo e agora sinto nojo. Não consegui nem olhar pra você hoje. E isto me remete à frase tantas vezes proferida por seus lábios venenosos, em tom de brincadeira: "Só não me deixe pegar nojo". Pois é, peguei. Agora tudo se foi de vez. Pra sempre, sem volta.
Que pena, que dor.