TALVEZ, EM OUTRO LUGAR! EM OUTRA VIDA! TE AMAR!

A satisfação que sinto ao te escrever não é recíproca, eu sei.

Embora estivéssemos juntos por tanto tempo, sinto dentro de mim, que não fui a coisa mais ideal na tua vida.

Hoje, tão distante, e com uma enorme saudade de todos aqueles instantes; do sexo, da magia do teu sorriso, das discussões sobre o que assistir ou não na TV, em fim, de toda a tua marcante presença em minha vida, resolvi te brindar uma última vez com as minhas palavras, pois estas, certamente, vão tocar teu coração de pedra como tocavam outrora, todas as vezes que debruçava em meus ombros, naquelas madrugadas chuvosas e frias, a fim de me ver escrever, de enxugar as minhas lágrimas à cada versejar, e depois, de se despir de mansinho e me chamar com carinho para um dos cantos quaisquer daquele meu único mundo.

Só existo ainda pra te dizer que nunca, nunca aprenderei a viver sem você.

Só existo mais um segundo, em toda essa trajetória Newtoniana do tempo; e valha-me Deus, que este não me escape logo agora, para que possa ter tempo de lembrar do orgasmo, só no meu pensamento, é claro, pois não existe outro sentimento tão mais forte que este, como disse, em pensamento, que me faça estar com você, dentro de você. Nunca mais tentei ninguém; nunca mais, é certo!

Desculpe-me, pois joguei nesta carta tanto perfume, tanto cheiro meu; está banhada de tantas lágrimas, que tudo parece ter fugido à lógica do amor.

Nem bálsamo, nem beleza. Só posso te pedir desculpas pela grande insanidade.

Não agüento mais!

Se te visse agora, certamente sufocaria meu amargo fel por te ver com outro. E o fel sou eu. Eu sufocaria então.

Não é adeus, pois entre o céu e o inferno, existe a vaga; local imundo em que a alma pena. E quero penar por muitos e muitos anos ao teu lado.

Sem fazer barulho, sem te assustar, quero somente te olhar, pois ao receber esta carta, já não poderei mais te tocar.

Adeus!

O Guardião
Enviado por O Guardião em 26/06/2007
Código do texto: T541834