Franciele, Mother?!
Sim, a Bruninha tinha razão. - A Franciele e eu, temos os destinos entrelaçados.
Por mais que a gente brigue, ela não me dê a mínima para o que eu fale pra ela sobre amor e me chame de gentinha. - Nunca senti raiva dela.
E por mais que eu, a chame de gorda, buchuda e fale: ''Ela não é mais a menina que eu me apaixonei há oito anos''. - Ela não tem raiva de mim.
Encontrei-a na quinta-feira passada, pegando o ônibus de São Miguel para ir trabalhar. - E disse: ''Nossa, como ela tá gorda!''
Ela ouviu, mas não falou nada. - Mas postou no Facebook: ''Foda-se os rótulos''.
Ela ficou olhando pra mim, com cara de: ''Será que ele?''
E eu, idem. - Só a reconheci, por causa de um short velho que ela tem há anos luz. Senão, nem ''tchuns''.
Mas enfim, esses dias, a minha mãe disse que ia embora e nunca mais iria voltar pra casa.
Na primeira vez, fiquei confuso e sem saber o que fazer. Mas depois, me veio um flash-back na mente:
1 - A Franciele me deu um fora, mas foi a única menina que me deu o número de telefone caso, precisasse.
2 - A Franciele foi a primeira pessoa que eu disse: ''Eu te amo'' na vida. - Antes da minha mãe.
3 - Apesar da Franciele ser apenas um ano mais velha, ela, me dava conselhos como se fosse minha mãe, e eu, aguentava as barras dela como se fosse seu filho.
4 - Ela foi a única pessoa que me fez sair das psicólogas e, me deu atenção, como amigo.
5 - Ela é fresca... Igual a minha mãe.
Cheguei a conclusão que: Caso a minha mãe faltar, e eu, não tiver casado e nem tido filhos...
A Franciele que vai acabar cuidando de mim no final de tudo.
Ela com o dinheiro do seu trampo na loja e eu, com a minha graninha de escritor, já dá pra manter a minha casa.
A casa onde moro, está no meu nome. - Então, se a minha mãe morrer antes de mim, não vou ficar na rua.
Mas vou precisar de alguém pra cuidar de mim, fazer comida, me fazer companhia e me ajudar a pagar as contas...
Sim, a Bruninha tinha razão. - A gente vai acabar junto.
Mas não, do jeito que a gente imaginava que fosse acabar.