CARTA AOS AMIGOS.

Fiodor Mikhailovich Dostoievski. Creio que Bernard fala desse Fiodor.

Diz o grande doutrinador-romancista proibido por Stálin, em “Demônios”: “É tudo niilismo! É tudo incêndio! Se algo está pegando fogo é o niilismo!”

Somos levados ao niilismo, sem para ele contribuirmos, mas é assim que a ordem e a desordem vão caminhando. E da mesma forma que um desconhecido me envia email dizendo que meu livro ,“ A Inteligência de Cristo”, muito o ajudou diante de severas dificuldades da vida, vejo um já grande amigo, Bernard Gontier, citar outro livro meu, “Ensaios da Alma”, dizendo ler o mesmo e fazer fichamento,o que me honra subidamente. Assim vamos saindo do “niilismo” a que de certa forma nos sentenciam, a sentença sem fundamento.

“Finja ser democrata e não cesse de aparelhar o Estado enfraquecendo a população. Não invista na educação.”; remete Bernard à reflexão, binômio perfeito para erradicar o que seria a esperança, e adverte com a habitual presença. Um grito cidadão que pede consciência e retira o niilismo, exorciza os demônios de Fiodor.

E Nelson, sinaliza o “povo subserviente (que) facilmente será manipulado através de paixões! O populismo posterga a pobreza, a ignorância e mantém o povo preso sob a ilusão de que só os bens materiais importam ao votar. O populismo facilita a corrupção e a mesma fica arraigada e por fim ela se institucionaliza!”

Caminhamos entre a impotência, a arrogância da incultura que pensa não pensarem todos, e a ousadia de enfrentar a verdade unânime que em qualquer sítio que se passe, em qualquer lugar a que se chegue, mostra a revolta, até mesmo de quem antes recepcionava.

ESTAMOS NO INEVITÁVEL, CRÔNICA DO LIVRO ALUDIDO POR BERNARD?

“O INEVITÁVEL.

Quem ainda não se colocou no centro da aridez do deserto que pode ser a própria vida?

Quem ainda não parou um instante sequer questionando sobre sua segurança?

Quem não se perguntou sobre sua vasta insegurança que procura a segurança?

Quem não criou mitos, deuses e crenças como salvação de suas fragilidades?

Quem não procura a paz das certezas na enciclopédia de suas incertezas?

Só uma palavra é capaz de sintetizar toda essa saga de procura por segurança, só um vocábulo pode pacificar toda essa contenda interior, essa luta para alcançar fora de nós o impossível, seu nome é aceitação.

Só se encontra segurança diante das imprevisibilidades quando a segurança não é procurada, mas pelo processo de aceitar o que reserva a vida para cada um de nós, simplesmente aceitar o decurso da vida e suas ocorrências.

Só se encontra paz na guerra que vence a certeza da incerteza e aceita esta como verdade absoluta superando a ausência de previsibilidade que se esfumaça na aura dos oráculos vazios quando se aceita a inevitabilidade.

É preciso uma doação de si mesmo no processo da aceitação, seria como um despojamento do monge no recolhimento monástico, um sim à inevitabilidade.

Somos a aceitação da entrega, a energia que passa pela vida sem a indiferença inconsciente da vida passar por você.”

Estaríamos na “Casa dos Mortos” de Fiodor?

Não, não estamos, os desalentos não matam esperanças, são passageiras depressões de cidadania

03/10/2015 21:42 - Bernard Gontier

Olá, Celso, outro dia descobri um interessante decálogo na web, não sei pertinente ou não frente a abissal corrupção tupi, deixo para reflexão. Abs. // 1. Destrua a Democracia sem assumir esse propósito 2. Extermine as instituições corrompendo seus pilares 3. Assalte os cofres públicos e quebre a economia da nação 4. Torne o povo miserável e dê-lhe esmolas 5. Promova o caos e o desemprego 6. Finja ser democrata e não cesse de aparelhar o Estado enfraquecendo a população 7. Não invista na educação 8. Lavagem cerebral nas novas gerações 9. Compre lideranças na Imprensa, sociedade civil e empresariado 10. Quando criticado, faça acusações e continue mentindo, saqueando, degradando e anulando a soberania do Brasil....

03/10/2015 19:25 - Bernard Gontier

Boa noite, Celso. Ontem, conversando com minha filha (18 anos), ela me disse que tem andado com Fiodor - Recordações da casa dos mortos, à tira colo, e que tem feito o fichamento do livro. Perguntou-me se alguma vez na vida eu já tinha feito um fichamento. Ruminei e por fim disse: sim, esse ano, o livro Ensaios da Alma, escrito por um amigo. Vai daí que vou chover no molhado para externar qualquer coisa além de excelente acerca da primeira parte desse texto. Ouvira falar por alto do discurso de Francisco sobre a corrupção, não havia lido, acabei de ler, acho que se ele passar 96 horas em Brasília manda chamar um time de exorcistas. Grande abraço!

02/10/2015 22:12 - Nelson Teixeira ou Noslen

Boa noite, Celso. Crônica que define corrupção, comoção e retrato social e ainda corroborada pelo texto do Papa Francisco! Comento assim: Como um povo que não tem educação, vai exigir de seus políticos um debate com lógica e razão? Nunca! Logo este povo subserviente facilmente será manipulado através de paixões! O populismo posterga a pobreza, a ignorância e mantém o povo preso sob a ilusão de que só os bens materiais importam ao votar. O populismo facilita a corrupção e a mesma fica arraigada e por fim ela se institucionaliza! Frases estas que elaborei seguindo o raciocínio do pensamento e discurso de Gloria Álvarez da Guatemala."El populismo ama tanto a los pobres que los multiplica" - Mariano Grondona".Eu acrescento o comentário assim: O corrupto é escroto! O escroto é uma excrescência e emporcalha todo lugar limpo! Para ele, escroto, todo lugar é esgoto! Antes eu falava, depois eu pensava! Isto é ruim! Não falo o que penso, pois o que penso não posso falar! No lixo do meu falar nervoso, saem palavras malditas! No luxo do meu calar, saem sussurros benditos! Amém! Preciso aprender a ficar calado! Então, eu escrevo! Acreditemos em nossas ideias e sigamos agindo, segundo a nossa maneira, independente dos olhares dos críticos! Abraços fraternos.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 05/10/2015
Reeditado em 27/10/2015
Código do texto: T5405745
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