Suave sinfonia.
Existem momentos que uma música retrata tudo que estamos sentindo.
Em outros apenas o silêncio pode retratar. E no breve espaço em que não estás tu me revelas em silêncio a magnitude de tua presença em tudo que faço, a ausência de mim mesmo que sinto.
Delato-me em espaços vazios de saudade; desfaço-me em versos soltos de poesia incompleta, calo-me em nu silêncio.
E na palavra silenciosa revelo-me insensato e insano, vassalo de um sentimento que me consome: frágil feito à flor que encanta e forte feito dragão que com labaredas tudo consome.
No epicentro desse sentimento absoluto rasgo-me em versos que me revelam; sou de ti nesse momento cume da razão formada em rimas soltas, doces palavras ditas com a suavidade e lisura que somente ao amor é reservado.
Pura poesia composta de alma e sorrisos, sorvo de teus beijos a essência plena da vida que em teus passos silenciosos me revela.
E no silencio pleno desse momento mágico e lúdico lanço-me à teus braços feito criança em plena harmonia com o ventre que dele fora gerado.
Vassalo deste sentimento a urgir em silenciosas e solitárias noites de agonia que ainda sou atado, deleito-me em suaves e imaginários beijos em que razão e devaneios se completam em perfeita sinfonia.
Suspensa permanece a rosa do encantado jardim dos lábios teus à espera do resgate por teus beijos e eu, insano poeta de versos inacabados e rimas desconcertantes permaneço mudo, estática alma sem cor e sem forma.
Amo-te no silêncio incomensurável de tua existência, suave sinfonia