Carta-poema...
Por mais que
eu te queira esquecer,
o insucesso
há de pautar ,
todos os meus
momentos vivos,
no esforço vão
dos passos meus,
que sem sucesso
mesmo que eu
o não proclame por altivo.
Sofro também,
só por saber
que mãos não minhas
vão te tocar...
A te afagar
tão sequiosas
de terem entre elas
o que só se advinha
no amor que sabes
ser..Tão franca e dulçurosa.
Fazes -me bem .
E tu o sabes ,minha linda,
pois todo amor,
que me pões à entrega,
diz-me o quanto
há nos unindo,
sobretudo agora e ainda,
que pouco a pouco,
me falecem os teus encantos
que eu quiz só meus
num egoismo que insensato,
Mas que fazer
se me embriagaste loucamente,
que eu já não posso
nem compreender
todos meus atos,
pois já nem sei
se sou conteúdo
ou continente.
Sofro ao pensar
que outro braço,
outra boca
te acaricie no correr
de estranhas horas...
E que te entregas
deslumbrada e mais..
tãolouca
no prazer dos sonhos
que alimentas agora..
Não será , amor,
tudo tão fátuo e vazio.
quão passageiro..?
Não terás então saudade
desta afeição
que tão sincera
e verdadeira?
Será que o escambo
não te foi falso
e tão frio?
E a mais valia.
refletiu todas verdades?
Vence a razão
ou tu te perdes por inteira
Na fria análise
dos fatos não vividos.
Na presunção
de uma tranquilidade certa...
Na ilusão,
do custo/benefício.
Causa-me pena e dó
por este teu olvido..
Devo sair..
E estás de tudo isto certa ?
É teu o arbítrio...
São meus os ossos do ofício.