Vazias horas.
Pesadas horas, morosos tempos de infinitas sombras.
Atados ao tempo, pesados fardos de solidão e de tristeza.
Feito densas nuvens a galopar cordéis negros e sombrios, assim arrasto a solidão, enclausuro-me em escuras cavernas.
Reduto surdo de minha alma refugio-me no interior do abismo mais atro, onde nem o som minha solidão pode alcançar.
Taciturno, reveste-se o coração de infinita dor, Ode à languidez e à loucura e, num insano ato de cruel desespero banha-se de copiosas lágrimas; bálsamo celestial que da alma a faz fortalecida.
Quisera arrancar do peito a dor da solidão que da saudade se alimenta em noites estarrecidas de angustias, de ausências.
Tivesse eu o dom divino de estripar pesadelos e sombras, nódoas que da luz aborta os sonhos e dos silêncios alimenta vazias horas.
Do medo tomar a coragem e do escuro calcinante a esperança resplandecente da luz absoluta.