Carta à Babilônia Contemporânea

Quanto de sol seria necessário para arejar uma alma mofada, cheia de velhas ideias e de frases prontas?

Quando a mente vagueia sem um pensamento certo, como se fosse uma imensa sala vazia o que a faria encontrar pouso?

O que a faria encher-se? Talvez uma linha de pensamento oriundo do novelo das atitudes.

Certamente que as frases prontas têm seu efeito, quando proferidas pela boca de alguém que usou a peneira da prática no campo do sofrimento e soube separar o joio do trigo.

E descobriu que nem tudo que reluz é ouro!

Será que uma mente que muito aspira pouco respira?

Será que uma mente que muito vagueia não torna a alma engessada, como alguém que parado no cais aguarda um barco que não vem?

Um pensamento que não se estabelece, uma mente ociosa tende a ficar à deriva da realidade dos pensantes que realizam.

Uma mente que vive à deriva no mar dos pensamentos alheios deixa-se levar por qualquer brisa de ideias ainda que sejam levianas, insanas...

Uma, duas gerações de pensamentos dadaístas, sem base; jardins suspenso de flores de crepom numa Babilônia contemporânea.

Talvez por vivermos entremeados em um mundo que é real e virtual a realidade em si fique privada de um senso operante, vivo, respirante, aspirante que nos livre do caos onde a massa inerte de pensamentos vive sob o jugo dos pensantes que efetuam suas ideias com ações que mechem com a vida de quase todos nós criando o círculo Yin Yang da sociedade.