E Jonba nos deixa
Pois é, conterrâneo. Há uma semana, quando nos revimos, ali na Inácio Camilo, você só antecipava a retomada das rotinas, das mil-e-uma atividades que sempre pautaram sua vida orquestral dos sete instrumentos.
E agora, enquanto a Velha Serrana ainda chora, me chega a notícia de sua partida rumo à eternidade. Pela sua própria conta, eram centenas as canções produzidas com os parceiros William e Rohr, um montão de literatices a serem compiladas e publicadas, um milhão de amigos nas vielas, ruas e quebradas...
Ah, e a réplica de miniatura da venda do Tisnado, prontinha só faltando ser pintada. E até a tinta, você tinha antecipado, ia sair esmaecida, antiga, tal qual a original...Até o Dodô, já tava prontinho, com aquelas orelhas longas, também pronto pra sentar na escadaria ao lado do mano Tisnado, que de tudo que na venda tinha, sabia, mas buscar nem ousava, deixando pra outro dia? E que nem assim espantava a freguesia?
E você deixaí, Jonba, esse lar construído ao longo de décadas, reforçado na união das vivências, querências e carências, que bem mais vale uma graça que penitências?
Lágrimas de saudades ainda vão rolar, no barro e berro que você soube plasmar, mas na eternidade, cumpádi, a gente ainda vai se encontrar. Ou fica só arrepiada, a piada no ar?
PS: Jonba está nas páginas do Recanto das Letras