Para Flávia Jobstraibizer
Minha querida Flávia,
Muito verdadeira sua crônica [Brasil Prostituído, de 22/09/05], mas esse não é um mal somente do Brasil e sim do mundo ocidental e capitalista.
Somente a título de curiosidade, para citar alguns exemplos, nos países ditos do Primeiro Mundo você paga também por quase tudo e é "explorado" da mesma maneira. Por lá, às vezes se paga pelo uso do banheiro público, e se você se apertar e fizer suas necessidades em lugares públicos e for vista por alguma autoridade, na certa será multada ou talvez presa ou levada ao tribunal, coisa que na Bahia e no nosso lindo Nordeste se mija e se escarra, à luz do dia, em qualquer esquina ou em qualquer coqueiro sem ser molestado. Em certos lugares também se paga para o acesso e uso de praias e beiras de rios ou lagos - coisa que no Brasil isso ainda é de graça. Em alguns jardins públicos você tem que deixar uma taxa para se sentar em bancos que muitas vezes não são tão limpos e confortáveis. Visite New York, Paris ou Londres e veja os preços que se paga para certos serviços e, a depender do dia, da hora ou do local, o preço será dobrado ou triplicado. Alguns hotéis em New York cobram US$1.80 somente para levantar o telefone do gancho, complete a ligação ou não. No aeroporto JFK, em New York, se paga US$3.00 pelo uso do carrinho para carregar a bagagem... [ontem mesmo eu enfrentei essa desepesa, coisa que no aeroporto de Guarulhos/SP, na noite anterior, nada paguei] e assim vai se pagando por tudo pelas estradas da vida.
No Brasil ainda se tem muita coisa de graça ou a preço de banana que nós brasileiros não damos o devido valor. Não é à toa que muitos estrangeiros acham que o nosso país é um verdadeiro paraíso do lado de baixo da linha do Equador.
Continue o bom trabalho, sempre!
Bjs F.