"...Bom seria se amassemos apenas quem é merecedor
da nossa confiança... Se apenas amassemos a quem
nos ama de verdade e nos é fiel..."
Clara sofrera muito por crer num amor idealizado
onde não havia lugar para enganos e mentiras
e tudo precisava ser perfeito.
Muitas lágrimas depois percebera, não é assim que funciona...
O coração nada entende de razões, não pede licença,
é menino vadio, pensa por si mesmo.
Precisa aprender a amar, sem tentar tomar para si
o objeto desse amor... Foi como aprendera a amá-lo...
Sem mais nenhuma ilusão, exceto talvez de um abraço fraterno,
(ou nem tão fraterno...) Quem sabe um dia...
Já não lutava com seus sentimentos.
Aceitara-os, tornara-os parte de si.
Já não a assustava, que apenas por ler seu nome, o desejasse...
Natural para dois seres que haviam se entregado loucamente
um ao outro...
Já não se rebelava com as lágrimas de saudade.
Seu amor era egoísta e queria o tempo todo ser retribuído.
Não era preciso...
Se um amor é verdadeiramente forte, basta pelos dois.
E porque no fundo sabe, que nela ele pensa, nas horas vazias
Quem sabe a noite, sozinho, abrace seu corpo buscando-a.
E se toque com desejo, tentando aplacar o fogo
que era todo deles...
Por magia ou milagre, quem sabe nesse exato momento
ela também pense nele.
E o ame sozinha, perdendo-se em seus braços,
imaginado sua boca, em insano desejo...
E então, nesse mágico momento, eles se pertencem.
E o gozo vem pleno, sereno e total...
Um gozo de almas, que por um instante se unem.
E esse instante, revela a eternidade de um amor
_Um amor... Maior que tudo..._
*Inspirado em "Garota da vitrine" (Shopgirl)
delicado filme que ensinou-me que nem sempre é por maldade
ou egoismo que alguns não se entregam ao amor.
Mas por uma total e dolorosa incapacidade de amar...