Tia Chester*
Tia Chester*
Tia Chester ....... A senhora soube da fofoca que rolou por aqui? Dizem que o Tio Fortinho transportou produtos de outros em seu carrinho, que não era o carro fortinho. Contam que entrou, em casa alheia, junto com o Tio Ladrão. Os dois entraram na casa da Tia professorinha. Os vizinhos falaram que um carro particular entrou e saiu pela garagem, enquanto o Tio Marido da Tia Professorinha estava hospitalizado. Entraram com a desculpa que estavam “ajudando” na mudança.
Sabemos que a senhora vai defender a ação da invasão. A senhora já deixou claro que quem morou em uma casa e não pagou, deve ter seus bens subtraídos. Mas foi uma grande sacanagem entrar na casa alheia, em condições suspeitas, escondido pela garagem, e com a chave do morador, a chave do Tio Marido. Sabe lá o que fizeram na ausência dos moradores. Vocês até parecem uma família de ratos..... Rsrsrs. .. rsrsrs.... Adoram subtrair coisas escondidos kkrsrs.. Dá ate para criar um historia com dois ratinhos principais. Merença e Aluizo. Até já imagino uma história da Merença gritando pelo Aluizo.
─ Aluizo, troca o fuzil que tá quemado.
─ Aluizo troca a lampa que quemô.
─ Aluizo vai compra papel alumino na Lurdi.
Vou pensar em escrever uma história. Falar dos tapaué que a Merença tem.
E o Tio ladrão? Vez por outra nos lembramos de seu irmão. O Tio Marido fala: Basta andar pela casa, por uma casa, qualquer casa. Obsevar o que tem e dar falta de alguma coisa que tínhamos. Lembrar-se de algo que ratos levaram ou se apropriaram. Tinham muitos ratos naquelas casas, corriam pelos esgotos e entravam sorrateiros na casa quando não tinha ninguém.
Só tem algo que não entendemos. Como pode um bando de analfabetos, se interessarem por livros. Achamos que os livros que sumiram, foi por pura e simples sacanagem. Sumiram ferramentas também, mas com certeza foi o Tio Ladrão. Falar em Tio Ladrão, veio a lembrança da Tia Peteka, que chamava ele de Tio-padrinho.
Quando a Tia Professorinha se mudou, o Tio Ladrão fez um arrastão na casa. Como pode ser dito no direito: Fez uma apropriação indevida de bens que não lhe pertenciam. Até acreditamos que como considerava aquela casa o seu covil, interpretou como sendo sua propriedade tudo que se encontrava lá dentro. E deve se sentir orgulhoso por deixar uma parte da mudança sair.
A ratinha casada com o Tio Ladrão, também nunca nos enganou. Gostava de fazer caridade com a esmola alheia. Arrecadava doações para chegar à igreja e dizer que era a sua colaboração para os pobres que a igreja ajudava. Com certeza se apropriou de bens para dar presentes e fazer agrados na vizinhança. Mas um dia a casa cai e o castelo que construíram com os bens alheios vão cair sobre suas cabeças. Em uma casa de praia a tal ratinha, levava para casa da baixada até pano de chão que o Tio Marido levava como contribuição à casa de praia.
Sabemos que o Tio Ladrão anda muito adoentado. Não pode fazer muito esforço, cansa rápido.. Vai ver esta cansado de carregar coisas que não lhe pertenciam .... rsrs. Coitado agora pode até pegar coisas dos outros, mas não pode carregar... Chega ser cômico.
E a senhora heim? A senhora não me engana, deve ter participado na divisão dos bens alheios. Sei que a senhora gostava daqueles sinos da felicidade que faziam sons ao embalançar com o vento. E como mora longe fica difícil uma interceptação. Como a senhora é cobra criada soube levar com discrição.
* Esta é uma história de ficção. Qualquer semelhança com casos ou pessoas terá sido mera coincidência.
Rio de Janeiro/RJ ─ 17/10/2014
Texto produzido para: Blogs
Cadastrado como escritor:
CMEC/FUNCARTE
CMEC/FUNCARTE Cadastro Municipal de Entidades Culturais da Fundação Cultural Capitania das Artes Natal/RN
Roberto Cardoso
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