“RENUNCIA”.
(Carta).
Já madrugada e eu ali, olhando o teu retrato; estava frio e dentro de mim um vazio, que não me deixava sorrir... Eu continuei ali, pensando-nos por quês... E ainda morrendo por dentro; morrendo aos poucos ao lembrar do nosso passado, ao lembrar das nossas juras, do que prometeste naquele altar; do que confirmaste durante toda aquela semana na nossa lua de mel.
Naquele instante eu pude sentir o teu corpo nos meus braços, o peso do teu corpo físico sendo carregado por mim até o quarto, daquele momento mágico... Que nem durou tanto assim.
Eu tentava desvencilhar do pensamento os detalhes, os toques das nossas mãos, até do pensamento que eu sentia; ah! Mas era difícil esquecer... Era até mais difícil compreender, a renuncia de tanto amor; ou não era amor... E fosse só um capricho da tua parte. Sim... Por que em mim não era capricho eu sei, tanto sei que me surpreendi.
Mas de que adianta agora essa lamentação, se nem estás longe... Só não estás aqui.