ME SOLTE A ALMA!
Confesso que pouco entendi este amor. De onde teve início e por que chegou ao fim. Arrebatador como onda brava em mar agitado, o ciúme, a desconfiança e a ilusória certeza de sempre estar sendo enganado, fazem do sentimento algo difícil de lidar.
Sentimentos extremados entre o ódio e a devoção, entre o querer e a repulsa que me levam aos pensamento sobre a vivência de outras e da continuidade da história.
Eu sinto saudade de não tê-la, eu refiz a minha história, eu substituí a sua figura feminina por outra melhor. Mas o adjetivo "melhor\" é apenas no que se vê, na aparência e no impacto visual, pois no sentimento e no significado eu ainda continuo preso a ela.
Não rebato se o leitor me associar ao cafajestismo, eu assumo qualquer adjetivo, seja ele pejorativo ou não. O fato é que vivo com outra, meu corpo estabelece permanência na atual, porém, a alma está pousada nela. Sim, ela que me fez calar a alma e repousar pra sempre nela. Eu não faço comparações, são absurdas, eu apenas tento buscar minha alma e trazê-la pra perto do corpo.
Como é triste o corpo sem alma.
Toda poesia é boa, toda música de amor faz sentido. Até mesmo as abomináveis de qualidade comercial me enchem de semelhança sobre o sentimento tratado no verso cantado. Sim, eu sofro de amor.
Como seria ter minha alma de volta? Peço que me solte a alma, peço que me traga pra vida. Porém eu sei que peço em vão, pedido vazio e impossível.
Sei que não podes soltar minha alma, então desejo a morte, pois assim, liberto meu corpo pra vida e me encontro pra sempre em seu colo.