Despida poesia
A palavra muda enfim se revela: não órfãs frases desconexas de pueris acordes, mas sonoras sinfonias de maduras decisões.
Eclode afinal adormecido sentimento que esquecido aos anos foi deixado.
Surge no infinito céu de múltiplas cores teu rosto, teu sorriso.
Afinal encontrei quem me foi dantes prometido.
Já a tenho por despida e nua, inteira e completa.
E eu, nu, me visto desse sentimento que reveste e protege.
Não temo a horrenda noite ou o vazio silencioso da solidão por
que sei, sinto tua presença em mim.
Assim, a sutileza te veste quando de graça te preenche.
Vi em teus olhos mais que luz, vi o brilho inenarrável do sonho.
Vi em teus olhos o brilho da vida que pulsava forte, viva.
Vi, em teus olhos os reflexos de meus sonhos.
Apaixonei-me por teus olhos.
E ainda assim, quando as sombras do mal e do medo assolarem nossos dias e tornar nossas horas agonias e lamentos, verei nos olhos teus a esperança.
Serão sonhos ou devaneios, não o saberei.
Apenas a certeza de que serão novos dias, à luz dos olhos teus.