Tão mais fácil

Tão mais fácil esquecer quando o coração não agoniza e a alma se esvai em gotas silenciosas e mudas.

Tão mais fácil sobreviver quando as veias arrancadas se estancam.

Eu, poeta que morri, das mãos arrancadas pela violência do sofrimento da alma, que dei sons as tristezas do espírito, que amei.

Eu que fiz doutra vida a minha, e do aborto o retrato de uma existência sem sentido.

Colori-me em você, por tão mais fácil o ser sem estar, o medo se antepondo à coragem, o desejo calando a voz.

Tão mais fácil, tão mais fácil.

JAlmeida
Enviado por JAlmeida em 27/07/2015
Código do texto: T5325574
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