Órfã de ti
Eu te abandonei. A poesia me abandonou.Por três meses, ela era minha constante companhia, bem-querer transformado em palavras, desejo pingando em versos. Hoje, estou sozinha, sem ela e sem ti...
Cada dia é uma batalha vencida, duelo entre a vontade e o orgulho. Não há vencedores, somente perdedores. Eu, precipitada e infantil, recusei tua presença por medo, puro e simples medo daquele frio na barriga que me tirava do prumo. Agora, só o silêncio e a dor me povoam...Não posso voltar atrás. Não vou.
Sei que os dias vão passar, sempre passam. Os meses vão amenizar esse vazio...Mas ele sempre continuará lá. Aquele espaço no meu coração que não pode ser de mais ninguém. Aquela dúvida danada sobre o que teria sido. Aquela vontade de enlouquecer por um minuto e deixar o sentimento agir. E aí eu acordo...Ainda longe de nós.