MEU MAIOR AMOR
Quantas vezes já me peguei pensando em como seria se eu abrisse o jogo com você; expondo de maneira explícita o sentimento inexplicável que surgiu dentro do meu peito há mais de um ano atrás.
Foi tão de repente. Um sentimento tão indefeso e inocente que surgiu de maneira tão silenciosa e sutil como um bebê que acabasse de ser fecundado. E então os meses foram passando e aquele bebê dentro de mim foi crescendo. E eu já sabia que o nome dele era amor. Um bebê diferente; que crescia no coração e já estava prestes a nascer.
E então nasceu no dia que saímos juntos numa noite linda, com uma lua cheia incrível e tempo frio. Tantas conversas e tantos olhares; sorrisos...
Em pleno restaurante não fui capaz de comer o que pedimos. De tanto que falava de tudo e sobre o mundo com você. Eu me sentia bem.
E então ao sairmos de lá naquela chuva fina que tocava nossos rostos e eu já estava com mais frio do que esperava; comecei a tremer. Vi você me pegar pela mão e me abraçar por trás enquanto esperamos o carro. Lembro o quão paralisada fiquei naquele instante. Mal acreditava que estava recebendo um abraço tão diferente que chegava a arrepiar. O que era aquilo?
E então virei e perguntei: quando eu fizer a mesma faculdade que você e me formar, você vai estar lá para me ver pegar meu diploma?
E então o dono da voz mais linda do mundo respondeu: vou.
Três letras, a resposta desejada e mil batimentos cardíacos por minuto.
Enquanto íamos para sua casa, senti sua mão suave e quente na minha perna e eu ficava olhando para você as vezes me perguntando porque estava sentindo aquilo sendo que eu não podia. Entre uma parada e outra você virava para mim e sorria enquanto tocava meus lábios sutilmente. E então quando paramos perto do elevador senti você me pressionando contra parede e quando menos esperei senti você me beijando pela primeira vez. Eu mal podia sentir minhas pernas.
E então depois disso tudo surgiu uma das melhores noites da minha vida.
Lembro como se fosse ontem você
Deitado do meu lado sorrindo e elogiando cada curva do meu corpo. Me lembro até de quando
Passei shampoo no seu peito falando que era para deixar os
Pelos macios. Era tudo tão doce, amoroso, sincero.
Singelo, sereno, surreal. Queria que aquela noite não acabasse nunca.
Eis então o horário da despedida.
Ao descer do carro e a entrar em casa, sentindo-me plena e feliz pela noite. Triste por ter que ficar longe. E naquela cama fria deitei, sonhando acordada e pedindo para Deus que fizesse com que você me amasse da mesma forma que eu.
Infelizmente minhas preces não foram ouvidas. Sofro com isso. Nunca mais o vi. Nossas rotinas loucas são confusas. Mantemos contato.
Mal sabe você a falta que sinto do seu cheiro, de ouvir sua voz de perto, de observar aqueles olhos tão brilhantes e beijar suas mãos que já fizeram e fazem tão bem para as outras pessoas necessitadas.
Não vejo defeito em você.
Mas não sei por quanto tempo aguentarei essa dor de guardar esse sentimento; sabendo que é a melhor alternativa.
Por quê, coração?
Como ousa gostar de quem não deve?
O que eu faço com essa dor?