Só se pode dizer que haja uma vida a fazer companhia à da mãe a partir do momento em que possua um coração no seu corpo que faça companhia ao dela, isso só acontece a partir das doze semana. Em Portugal o referendo já teve lugar, o papel da igreja foi de tal modo desagradável que penso muitos católicos se terão abstido. Abortar não é matar ninguém, é interromper uma gravidez. Não é legítimo chamar criminosas a mulheres quem arriscam a vida e muitas vezes a perdem numa situação, pelos vistos ainda actual, em que são colocadas à margem da sociedade. Agora, saber se é legitimo ter como método anticonceptivo o aborto, Não. Não como método, Sim - como solução menor perante problemas maiores? Penso que esse é o problema que se põe à consciência de quem o pratica, de quem tem que analisar a sua realidade, e, finalmente, de quem vai ter de participar no referendo.
Encontrei o assunto tratado no Recanto, aqui:
http://www.recantodasletras.com.br/visualizar.php?idt=525142
Com todo o respeito por quem tenha uma opinião contrária à solução da despenalização, aquela que foi votada e aprovada em Portugal. Deixo a minha opinião: a questão pôs-se do seguinte modo, tanto quanto penso ter percebido. Havia uma legislação que era consensual não ser utilizada, era ilegal a prática, as mulheres que a ela recorriam podiam ser julgadas e presas, evitava-se. Só que, não se evitou completamente, e não era uma situação que tivesse qualquer sentido manter. Entretanto as estatísticas de mulheres internadas nos hospitais atestavam a gravidade permanente, diária, do problema; as mortes que ocorriam eram reais e não se ficavam pelos fetos. É esse o problema que se irá pôr também aí no Brasil, só desejo que tenham um debate civilizado. Quanto ao resultado, penso que nenhum resolve um problema:
o aborto nunca deve ser uma solução, porque a solução seria não necessitar de recorrer a ele.
Três aspectos a considerar prioritariamente:
1. Penso será mais fácil uma nação caminhar de forma mais decidida, procurando chegar a essa situação da não necessidade de recorrer ao aborto, se souber quanto pesa a todos e protegendo as suas mulheres;
2. Alertar, divulgar cuidados primários e uma educação cívica que não ignore um conhecimento básico da vida: a sexualidade;
3. Não pensar através de dogmas, esses sempre são contra o pensamento próprio, são imposições.