Ao estranho do futuro.
Olá Matheus,
Fiquei ponderando como eu poderia chamá-lo, no caso, chamar a mim mesmo muito em minha frente. Lembro do tempo que costumávamos a ser apenas um, andando por lá e por aqui. Eram costumeiras as risadas junto com a euforia, euforia que criávamos em cada pensamento.
Nos perdíamos em tardes calorosas descompassadas aos meios de tantas risadas. Hoje posso dizer que sou um antigo reflexo do que já fostes. As risadas tomaram um ar sério, o humor refinado, as músicas são apenas as que apenas convém ao ambiente.
Onde foi o ponto que fostes ferido? Onde foi que negociara sua alma? Ainda se procura e só se achas quando se perdes? Junto com sua alma negociou sua personalidade?
Mando essa carta para comunicar-lhe que estou na mesma esquina que soltastes a minha mão, estou na mesma escola que me esqueceu; estou segurando as grades do parque solitário a espera que venhas me buscar.
P.S: Tenho pressa. Venha logo.