Confessionário
Meu coração está por aí. Fazendo artes, lendo livros bobos e cultos. Sendo quem não posso ser.
Eu ando por aí... mantenho a cabeça nas nuvens fugindo da realidade estranha que teima me prender pelo pé. E se digo, “não sou desse mundo!”, reafirmo. Existe algum outro lar que me mantenho a distância. Motivos?! Não sei. Não reconheço esse subsistir barato das pessoas vãs. Não sou quem poderia ser, porque há gessos que empedram meu espírito. Não sou eu e faz tanto, que calo e quando grito, sussurro. Quero ir de volta ao começo para guiar-me, sozinha, sem vãos. Quero acalentar-me no escuro do dia, e quando sair, estar disposta para o novo que grita. Estar cega ao ambiente, não deveria ser o esperado. Quero experiências de um novo tratado. Tenho desejos que não podem mais ser velados. E uma pá de construção que faça trabalhar o coração, para que não haja mais cal que pinte por fora o que por dentro parece vazio.
Quero um monte de realidades repletas, um vazio que se esconda não mais no travesseiro. Uma vida justa de quem sonha e que por sonho, vive.