A primeira e última carta
Porque ainda dói?
Pensei que não ficaria tanto tempo nessa
Talvez porque não se muda o que está decidido. Ido.
Fez-me pensar que estamos sempre com pressa
Em busca... Seguindo... Indo...
Mas indo para onde?
Os motores e corações nos levam a um passo à frente
Pelas estradas, marcadas com pegadas e freadas,
Manchadas com o sangue da gente...
Estamos a nos refazer a cada momento. Que isto traga algum entendimento...
O indivíduo a se perceber, contanto que esteja disposto a se permitir.
Disposto a conhecer, entender, a amar e sonhar.
Não quero me repetir, apenas me despedir e o que queria, escrevi, mas ainda há o que dizer. Então agora saio do roteiro, junto o mosaico e assim mudo o tema das orações, dedicando estes versos àqueles que escolheram não mais viver, que a leveza e a paz lhe sejam moradia.
Somos livres para nos construir, para nos destruir. Então aceito a sua carta, que mesmo questionada por ser mal compreendida, mas é cheia de coragem e determinação. Somos pecadores, no entanto, no momento, para você uma forma de salvação. Respeito, mas, é difícil o entendimento, ainda assim em minha vida, mesmo que não tão garrida, ainda não terei nisto a solução.
Em solidão fica o mar, sem você para “dropar" as ondas, cada “cutback” e “rock slide” sente saudade, o som das rodinhas no asfalto tornaram-se rezas.
Li sua lauda sobre um quadro em branco com a qual as lágrimas formaram um belo desenho. Talvez um dia eu lhe mostre e conversaremos sobre isto.
Talvez...
Talvez um dia...
Lucas Mirati // Luiz Carlos
Escrita em 18/05/2015
Sobre fatos corridos em 1998 e 2012
Lembrados para sempre