Adeus bailarina de olhos verdes. Me perdoe por ter sido uma anja de quinta. Por não ter dado conta do que a mim foi confiado. 
Adeus bailarina de olhos verdes e pés flutuantes. Somos tão pequenas e tão grandes dentro do nosso universo. De repente tenhamos isso em comum. Mudamos, todo tempo. Como foi bom fazer parte da sua dança. Vou revelar-lhe um segredo lá do último capítulo do meu livro - numa outra vida serei uma protetora que acerta! Não vai precisar mais me evitar ou olhar-me apenas de longe. Suas mãos não precisarão estar em meu peito como uma advertência.
Ainda tem meus olhos e cuidados, mas agora, como uma prece distante. Tenho que ir para que sua dança não seja triste. Tenho que ir porque me apaixonei. Naquela noite, porém, eu menti para você. Disse que não te amava. Achei que seria mais fácil, pois não precisaria sentir pena de mim. Afinal, era melhor não ter nada a ter apenas pena! Será que a verdade mudaria algo? Não sei...
Adeus bailarina de cabelos azuis que ama o som do vento balançando as folhas, Teatro Mágico, Rubem Alves, vinho, chapéus, feira, pipas coloridas, cozinhar, perfumes, poesia, filmes de princesas, frutas, terra, música, semente de girassol, chá de hibisco, salmão assado, amizades verdadeiras, café expresso e soninho após o almoço.
Adeus bailarina de olhos verdes e coração do tamanho do céu.
Ana Liszt
Enviado por Ana Liszt em 15/05/2015
Reeditado em 16/02/2017
Código do texto: T5243202
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