Inadimplente
Estive afastado do mundo virtual, causando alguns questionamentos por pessoas de minha relação em busca do motivo da ausência. Acho que seria deselegante sumir um pouco e reaparecer sem mais explicações, como se meus amigos virtuais contassem pouco, pois, não é assim. Então, exporei os motivos em atenção a esses ( as ) caros.
Além de ter pifado meu note nessa semana, coisa de pouca monta, passei por um acidente de carro, de tal sorte, que, houve perda total do carro; preservação total de minha vida, e dois colegas que estavam comigo. O carro semi destruído, os três intactos, o que beira a um milagre.
Trabalho em Tio Hugo, cidade que dista uns trinta Km de Soledade, onde resido; Todos os dias vamos e voltamos, geralmente em cinco pessoas, mas, no dia do acidente estávamos em três. no retorno, que quase sempre se dá após as 18 horas, à noitinha, portanto, deparamos com uma caminhonete S10 em altíssima velocidade ultrapassando em local de faixa dupla; além disso, com as luzes apagadas.
Quando a pude ver estava já perto demais, de modo que a única alternativa, além de frear dentro do limite foi sair para o acostamento. Mas, o dito cujo é feito com uma fina camada de pedras soltas, e o pneu tocar aquele piso em velocidade, invés de frear "decola" ainda mais; desse modo entramos mata a dentro derrubando pequenas árvores, até ficarmos "ancorados" numa de maior porte.
O motorista da S10 seguiu na mesma balada, atropelou a um motoqueiro e capotou uns trezentos metros adiante. Todos com os quais falamos, independente de sua fé ou de não ter credo algum, atribuíram a Deus o milagroso livramento que se nos deu. Alguns me disseram que estou "devendo uma" para o Pai.
Bem, acho que minha dívida é muito maior que "uma". Costumo agradecer ao Criador pelas flores, os pássaros, rios, e demais estrofes lindas da Divina Poesia chamada, Criação. Recebi indignamente, nova vida a preço de Sangue pelos méritos inefáveis de Jesus Cristo, que, além disso, todos os dias apaga erros de minha culpa pelo Seu imenso amor e misericórdia...
Não que, se o Santo permitisse que eu e meus amigos perecêssemos no acidente, isso diminuiria Seu amor, tampouco, Sua justiça. Como Ele ama a liberdade e nos fez arbitrários, permitir consequências às nossas ações se coaduna muito bem com justiça e liberdade, desse modo, mesmo que tivesse perecido então, ainda assim estaria devendo muito ao Bendito Criador, e ao igualmente Bendito, Salvador.
Não creio nem ensino uma "fé" que coloca Deus a serviço dos que creem; antes, uma doutrina santa que visa apartar da perdição espiritual, das eternas consequências do pecado não tratado pela cruz de Cristo. Bens materiais podemos repor mediante trabalho, a vida, uma vez perdida é cabal. E falo da vida espiritual, entenda-se.
Assim, aprouve ao Pai nos guardar contra as circunstâncias e apesar de nossos deméritos. Então, além de felizes com o livramento, estamos devendo mais uma, em nossa vasta dívida para com o Santo. A sorte que a "moeda" de nossa relação é o amor, e como bem disse o poeta Drudmond, "Amor é estado de graça, com amor não se paga..."