Cris, você diz que vai muito a Igreja para buscar Deus, como uma confirmação.
      Na Igreja se reúnem pessoas para falarem sobre Deus, e de suas próprias experiências de vida. Estar com pessoas que durante algumas horas se dedicam a mostrarem o melhor de si, me parece uma terapia.
     Eu não frequento Igrejas porque não me sinto bem em estar com pessoas que se dedicam a louvar o Senhor durante algumas horas e achar que o conhecem melhor do que as demais pessoas, ou que pelo fato de se reunirem em nome do Senhor estarão, por Ele, sendo as escolhidas.
 Escolhidas para quê? Escolhidas para onde? Escolhidas para viverem a vida eterna?
   Eu penso assim: Não sei se sou uma escolhida por Deus, sei que Ele é um escolhido por mim. Deus está em mim durante todo o tempo, pois Ele está no meu coração e nas minhas boas ações, porque assim eu decidi.
  Eu procuro fazer as coisas que O façam sentir-Se confortável em participar, pois se Ele está comigo todo o tempo, indiretamente Ele participa de tudo o que eu faço, inclusive das coisas as quais Ele não concorda.
     Eu fecho os meus olhos e falo com Ele, e o louvo, e o agradeço por ter me dado o paraíso para viver, e por me dar forças para enfrentar a vida, porque ela não é fácil. Agradeço pela força que Ele me dá para suportar as pessoas falsas e oportunistas, pois quanto mais eu vivo, mais percebo a fealdade do ser humano. Por isto que não me sinto sozinha; por isto eu aprecio a minha própria companhia. Cris, você não imagina o quanto eu sorrio ou rio, de mim mesma, por ser minha melhor amiga e minha melhor companhia, nos momentos em que faço besteiras ou tolices.
    Deus está em mim, porque eu estou em mim.
  Aonde é que as pessoas se encontram com Deus? Creio que elas O encontrem em seus pensamentos. Se as pessoas pensam em Deus, elas O buscam. Se as pessoas não pensam em Deus, elas estão sozinhas. A opção é de cada uma delas. A diferença está  nas pessoas que optam em estar com Deus, pois estas se manifestam mais suavemente e com maior tolerância para suportar as dificuldades da vida e para valorizarem os bons instantes.
  Eu não acredito em absolutamente nada depois da morte. No entanto, eu tento ser um bom ser humano porque preciso dessa satisfação para ser feliz e me sentir vivendo em paz. A morte não me interessa porque na verdade ela não existe, desde que jamais saberei que morri. Quem morre não sabe que morreu. "A morte existe para os vivos", eu ouço desde pequena, e somente agora que eu compreendi o significado dessa frase.
    O ser humano não gosta e nem aceita encarar a realidade, que geralmente está diante de seus olhos. O ser humano precisa crer em algo maior, pois ele pensa que merece coisas das quais ainda não estão à sua altura. Ele merece uma vida paradisíaca. E eu penso que já estou nessa vida encantada, e que ela existe diariamente e que depende de mim e das pessoas com quem eu me envolvo.
     Há as pessoas que eu escolho e há aquelas que me escolhem, e também há aquelas que fazem parte do acaso, e também as que fazem parte da minha rotina, independentemente da minha vontade, que são os vizinhos, o motorista do ônibus, o caixa do supermercado, a atendente nos estabelecimentos públicos, os que exercem cargos superiores e delas eu dependo para alguma coisa, e tal.
     E assim, vão se passando os dias e os meses e os anos. E chega-se, em qualquer momento, ao fim da linha.
   Qual o sentido da vida? Para mim, o sentindo é que outros virão e passarão por similares vidas e terão as chances de experimentarem esse paraíso que é viver em todas as suas fases, se tiverem sorte, pois muitas vidas são interrompidas logo ao nascerem.
     Ah! Se eu pudesse eu seria eterna nessa vida, mas eu me satisfaço com a ideia de que já vivi muito mais do que muitos já viveram. Eu aceito a vida como ela é, por isto sou feliz e vivo feliz.      O fato de eu estar vivendo sozinha, me faz sentir ainda mais feliz porque eu não tenho que ficar triste com alguém, ou deixando de ter paz porque a pessoa com quem eu vivo me deixa triste.
     Eu vivi durante mais de três décadas com a minha família e com um marido que eu amava, e que me fazia infeliz a maior parte do tempo por causa de seus vícios. Hoje esse homem vive uma outra vida que não sabemos com exatidão qual seja. Sinceramente eu superei tudo isto, enquanto que os meus filhos não superaram. Eles se sentem machucados pelo “abandono” do pai. Veja então, que não existe idade para os sentimentos de rejeição e de abandono não se manifestarem. Os meus filhos se sentem órfãos de pai.
     Querida, Deus é o amor que existe no teu coração; Deus é o sorriso espontâneo que você oferece àqueles estranhos que passam por você durante o teu dia; Deus é a satisfação que te faz sentir flutuar; Deus é o teu doce olhar para as coisas; Deus é as tuas palavras de conforto para o enfermo que atravessa o teu caminho; Deus é a visita que você faz aos asilos no dia de domingo em que você poderia estar em casa assistindo televisão; Deus é o presente que você leva para as crianças no orfanato; Deus é o sangue que você doa para o teu próximo.
   Deus é tudo. Deus é tudo de bonito. 
   Deus vive através da bondade de seus filhos.      Deus vive e Deus morre.
   Deus nasce e morre em cada vida que nasce e que morre.
    Deus é leve e sorri; Deus é amor e poesia.           Deus é você. Deus sou eu.
Beijinhos e um feliz dia de sábado para você.
Mari S Alexandre
Enviado por Mari S Alexandre em 09/05/2015
Reeditado em 26/07/2015
Código do texto: T5236008
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