Este Sou Eu.
Este sou eu, sem nada a vestir ou esconder. Sou eu apenas, sozinha e com um vazio enorme no peito.
Deitada, agonizando á beira de um abismo prestes a cair. Eu esperei tanto aquele abraço e não recuperei nada.
Te encontro nos sonhos, nos litros e litros de vinho, nas músicas tristes e nas lágrimas pesadas e quentes que banham meu rosto e me afogam.
Cigarros entre os dedos, fumaças distorcidas saiam pela minha boca, e se desmanchavam no ar assim como tudo que eu disse.
Aos poucos me falta ar, vou morrendo devagar e silenciosamente, dolorosamente e ninguém percebe. Não há quem aqueça as minhas mãos frias, não há quem me dê razão para viver, afinal, para que continuar?
Nesse mundo de faz de conta onde ninguém acredita em mim, o que posso fazer.
Nem me pergunto mais o por quê de toda essa situação, isso não foi feito pra mim. Nada é real como antes. Há tantas coisas para serem ditas ainda mas, estou fraca demais para gritar.
Não espero mais nada de ninguém, não espero mais ninguém, porque simplesmente não existe mais nada.
Não posso lutar, estou ferida demais e isso é covardia! O veneno me consumiu e a vingança foi para o lado errado. Pecados que eu não cometi.
Olhos opacos, lábios pálidos, boca seca, corpo frio... Roupas limpas, abraço reconfortante, medo de afeto. Mãos macias, apertos e segurança. Mas nada pulsa.
Esta sou eu, crua, nua, fria e vazia.
Somos iguais mas, há um abismo enorme nos separando e é nele que estou caindo.