Sobre palavras não ditas a uma amiga perdida
Às vezes, penso. Não é que eu realmente queira estar pensando nisso, mas penso. Em você, pra variar. E dói. Não sangra, não estanca e nem rompe artérias, mas dói. Como se ainda ontem eu tivesse tombado por cima de meus próprios joelhos e levado um porre de realidade. A ressaca ainda não passou, mas as horas passam pelos ponteiros tão ligeiramente quanto meus pensamentos quando querem processar o esquecimento da sua partida. Em um momento, você está à quatrocentos e oito km de distância de mim, e ainda assim, somos crianças.
Em outro, não existe mais você.
E não deveria ser assim.