Carta ao mar

12 de Março de 2015

Escrevo de longe, das margens de algum oceano, do fundo de algum mar, a beira de algum horizonte. Em movimento, sem mapas, sem regras, sem... Âncoras. De fato não paro, não canso, nem sei mais se ainda vivo como vives tu ou se já transcendi esse viver... Um ser que nunca está, que nunca espera, e por isso sempre encontra algum lugar.

Sem mais dores ou medos, nem mais saudades te esperam aqui, minha única ancora sentimental agora se foi, transformadas em espuma em alguma pedra na praia... Aquela que parti sem que tu disseste adeus.

Não falo aqui só de tempestades e monstros marinhos, também não há só peixe ao mar para ser comido assim como não há só portos a serem partidos, e de mares em mares há dor daqueles que encontramos e outrora também encontramos amor.

De fato há lugares mágicos assim como lições a aprender, gente a ser conhecida, gente a nos conhecer. Muitas vezes nós mesmos podemos nos ver como nunca antes vimos, e desatino a dizer quão pobre é a canção que apenas fala de solidão quando canta o marinheiro.

E se como tudo passa passares também teu novo amor, não me procures em portos de solidão, pois viajante sou. Em um tempo que passa suave como o vento nas velas, é viajante a alma daquele que desbrava os horizontes e conhece aventuras que curam qualquer dor.

E se fosse doce toda solidão como o vento que sopra agora em meu rosto te diria para que não procures tu não sofrer, e se um dia a dor chegar deixe-a entrar, a convide para um chá, um encontro à beira-mar, pois de coração te digo que o maior aprendizado que poderíamos absorver é não tentar colocar outro no lugar daquele que te acompanha o ser.

Se a solidão te acompanhar seja tu a companhia perfeita até que como o vento ela passe, e como tudo que passa deixe outro em seu lugar.

Ao mar,

Aventureiro dos sete mares.

Paola Britto
Enviado por Paola Britto em 12/03/2015
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