Carta aos Deuses II

Projetamos os descaminhos em pequenos filmes em poemas

inconscientemente em sonhos indecifráveis

mas que são desejos profundos cujo tempo os corrói.

E saber disso traz um certo desconforto mesmo que tenhamos auxílios de religiões verdades cinetíficas, ou segurança filosófica. Mas eu Kalik, sou homem de deserto, como dizia Nietzsche, sempre abriguei e ainda abrigo desertos em mim. Minha alma atravessou muitas solidões e é testemunha de empirias abissais, aprendeu a converter todas essas travessias em poesia em pequenos saltos, que pintamos, que cantamos. Eis a vida complexa, e insaciável. Ser apenas o que somos é pouco, queremos sempre dançar sob luares, queremos a divindade.