VESTÍGIOS TEUS

 

Imaruí, SC 05/06/07

 

(Caixinha Via Sedex)

 

Chandinha,

 

 

Pelo silêncio que me foi imposto até agora, eu estou seriamente acreditando que não me queres mais, pois, eu já me creio esquecido e longe dos teus lindos olhos.

Talvez, seja o aparecimento e ou a revelação (apocalipse) dos sempre mencionados fatos novos...!!!

Evidentemente que é totalmente compreensível o seu surgimento, pois um amor simples, vivido bem próximo, real e palpável é muito mais interessante do que um amor platônico, distante e totalmente virtual.

Nada posso eu fazer se assim acontece se assim tu sentes, bem como se assim abruptamente decidiste romper um relacionamento com esse silêncio sem explicação.

O mundo (o universo) é constituído pelos opostos, parece um paradoxo, mas não é, pois é com os opostos e as suas forças gravitacionais que se forma o cosmo, um universo elegante. (o equilíbrio)

Isso também é conhecido pelo bailado sideral quando, os astros dançam se atraem e se afastam tudo dentro de um equilíbrio, é o que Greene Brian (Astro-Físico) definiu com muita propriedade de “Universo Elegante”.

Do contrário, hás de convir comigo que seria um caos e, se assim fosse, não estaríamos aqui questionando as nossas emoções.

Por isso, eu acredito que até nós, daqui a pouco, encontraremos o equilíbrio, pois pelo que já tivemos oportunidade de nos aferir já nos atraímos e nos afastamos, logicamente, somos peças que se encaixam com muita justeza e atração, mas com certas dificuldades dimensionais.

Mas, às vezes, nos fogem a paciência e a capacidade de aceitação, entretanto, digo-te que, a tolerância é uma das principais ferramentas na edificação de um grande amor, essa é uma dificuldade que eu a chamo de dimensional.

Bom!

Hoje eu estive em Laguna e, eu vi e senti, o quanto de vestígios nós deixamos por lá, por exemplo, os golfinhos, o morro de N.S. da Glória, o museu de Anita Garibaldi, o restaurante Caiçara e, é lógico, o inesquecível Hotel Flipper.

Acometido por um saudosismo gostoso e inexplicável, eu comprei para ti algumas lembranças de Laguna, talvez isso ainda possa se traduzir por saudades sentidas em um coração e mente que estão totalmente abertos.

Nunca vou perder a minha ternura por ti, mesmo que tu estejas me impondo esse castigo, uma penitência que acho inoportuna e imerecida.

Se eu mereço ou não, tudo é uma questão de como a gente vê as coisas, como as sente e como as deseja.

Eu estou com a minha consciência totalmente tranqüila, pelo simples fato de te amar muito, agora, que já não me queres mais, mais nada posso fazer.

Je suis perdu!

Je suis désolé!

Eu realmente me sinto esquecido pelas mulheres, não é por uma questão de idade, primeiro é por que elas preferem ser mal amadas e, em segundo, é por que acredito que esta situação minha seja uma vingança ou a resposta do destino.

Talvez eu me case com uma descendente de Afro, pois se eu analisar a minha árvore genealógica, por certo, verei que venho de um tronco principal nascido numa senzala perdida, ali atrás no tempo.

Eu só quero que não fiquem máculas, seqüelas emocionais, porque tudo foi muito bom e lindo até alguns dias atrás.

Que pena!

Je suis un gauche!

Aceite o meu presentinho, pois é de coração que te dou, para que possas recordar que deixastes vestígios em mim.

Eu entendo que posso perder o teu amor, mas minha linda, tu jamais perderás a minha ternura e a minha demasiada amizade humana.

Aimer c’est regarder ensemble dans la même direction.

 

 

Eráclito Alírio da silveira
Enviado por Eráclito Alírio da silveira em 06/06/2007
Reeditado em 07/06/2007
Código do texto: T515925