Há uma luz que nunca se apaga

Carta inspirada em trechos e letras de Morrissey e The Smiths

Para...

Antes de te conhecer pensava todas as manhãs:"Todo dia é como domingo, todo dia é silencioso e cinza", andava sobre as sombrias ruas com vontade de esconder-me sobre o calçadão, de rabiscar num cartão-postal: " Como eu não gostaria de estar aqui". Não foram dias fáceis, haviam noites que sonhava que alguém me amava, mas pensava "nenhuma esperança, nenhuma ferida, apenas outro falso alarme". Mas sempre que sentia o chão cair sobre a minha cabeça, ouvia uma voz soar em meus ouvidos "há uma luz que nunca se apaga". Sem a entender sempre continuei em frente, um jovem garoto que carregava um fardo, onde por trás do ódio e da revolta jazia um desejo homicida pelo amor.

Mas você surgiu quando menos esperava, a irmã do Shakeaspeare como eu te chamava, lembro da primeira vez que nos vimos e você perguntou: "Por que se veste de preto?" E respondi:"Eu uso preto por fora porque é assim que me sinto por dentro, mas... se pareço um pouco estranho,bem, é porque sou mesmo." Você sorriu timidamente, o coração, até então aquecido pela revolta, congelou junto com o tempo e todos a nosso redor...

Desde então nos tornamos unha e carne, como uma mão na luva, mas "se as pessoas falarem? Se as pessoas encararem?" "Deixem que as pessoas encarem, realmente não me importo". Pensava: "somos como uma mão e uma luva, nosso amor não é igual aos outros..."

Desde que nos tornamos unha e carne, não há um momento em que não me lembre daquela noite, justo aquela noite não queria mais estar em casa, eu te disse " me leve pra sair essa noite, quero ir onde tenha músicas e pessoas que sejam jovens e vivas, quero ver gente, quero ver luzes"... Então você me levou em seu carro, "sempre pensei que algumas garotas são maiores do que as outras e sem dúvida nenhuma, você é uma delas", não parava de pensar no caminho... Lembro quando começou tocar aquela música na rádio, daquela vez não quis "matar o Dj", lembro de ver as estrelas caírem, enquanto os cometas deixavam seus rastros ao nosso lado, naquele momento não me importaria se um ônibus de dois andares colidisse conosco, morrer ao seu lado seria um jeito divino de morrer, e o prazer e o privilégio seriam meus...

Desde que tornamos uma mão e uma luva, eu sei que nada está acabado, que o paraíso sabe que não sou mais um miserável, que nunca mais vou poder dizer "que nunca tive ninguém", só posso lhe dizer que lutarei até o último suspiro caso alguém ouse tocar em um fio de cabelo seu... E novamente digo a mesma coisa que pensei na noite onde corremos entre os cometas, morrer ao seu lado seria um jeito divino de morrer, e o prazer e o privilégio seriam meus... Hoje eu sei e pra sempre vou saber: " Ha uma luz que nunca se apaga e ela estará sempre comigo, enquanto eu estiver com você"

Rs Schindler(Renan Souza)

Músicas utilizadas:

Smiths : I Know its over( Eu sei está acabado), There is a light the never goes out( Há uma luz que nunca se apaga) , Hand in glove(Mão na luva), heavens know how miserable i am( O céu sabe que sou um miserável), Shakeaspeare Sister( Irmã de Shakeaspeare) Last night im dreamt somebody love me (Ultima noite sonhei que alguém me amava) , Unloveable( Impossível de ser amado) , The boy with the thorn in his side( O garoto que carrega um fardo), Some girls are bigger than others( Algumas garotas são maiores do que as outras), Panic(Pânico)

Morrissey : Everyday is like a sunday( Todo dia é como domingo)

RS Schindler (Renan Souza)
Enviado por RS Schindler (Renan Souza) em 16/02/2015
Reeditado em 23/11/2020
Código do texto: T5139577
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