Tempo de lamurias
Aqui fitando as paredes desse quarto, percebo que nada sou para o mundo. Mesmo que me digam o contrario, que tentem tirar essas idéias estúpidas da minha cabeça.
Vejo o tempo passar tão depressa.
Se tivesse mais tempo talvez fizesse tudo diferente.
Nunca me levaram a serio. E agora só sei brincar com os sentimentos das pessoas. Não tenho consciência. Jurei que não ia me arrepender por nada mais que fizesse.
Queria ser livre e poder um dia, por um instante parar o tempo e voltar este filme confuso. Porem, não sou nada. Esse dom não me foi concedido pelos Deuses. E vejo tudo passar rapidamente. Sem ação ou reação.
Queria voltar à fita, só para apreciar, nem que por segundos meus momentos mais felizes.
Sinto essa leve brisa bater em meu rosto. Sinto agora por um instante seus lábios tocarem o meus. Num instante pensei que meus Deuses tivessem ouvido meu clamar. Mais eles não podem dar-me tal dádiva.
O tempo passou e eu peguei num sono embalado por Morfeu nas colinas na qual estávamos juntos aquele dia, ou terá sido um sonho. Mas não importa mais! A chuva nessa noite escura começa a cair e me desperto de pressa. Estou só, eu e a escuridão da noite profunda que me traz o manto da tristeza e das lamurias.
Tudo só me faz lembrar o que já passou. Noite escura, sem lua, sem estrelas para me guiar nessa escuridão. Estou só e é assim que vou ficar até me libertarem dessa minha prisão interna.
Aghata Venns