Tempo de lamurias

Aqui fitando as paredes desse quarto, percebo que nada sou para o mundo. Mesmo que me digam o contrario, que tentem tirar essas idéias estúpidas da minha cabeça.

Vejo o tempo passar tão depressa.

Se tivesse mais tempo talvez fizesse tudo diferente.

Nunca me levaram a serio. E agora só sei brincar com os sentimentos das pessoas. Não tenho consciência. Jurei que não ia me arrepender por nada mais que fizesse.

Queria ser livre e poder um dia, por um instante parar o tempo e voltar este filme confuso. Porem, não sou nada. Esse dom não me foi concedido pelos Deuses. E vejo tudo passar rapidamente. Sem ação ou reação.

Queria voltar à fita, só para apreciar, nem que por segundos meus momentos mais felizes.

Sinto essa leve brisa bater em meu rosto. Sinto agora por um instante seus lábios tocarem o meus. Num instante pensei que meus Deuses tivessem ouvido meu clamar. Mais eles não podem dar-me tal dádiva.

O tempo passou e eu peguei num sono embalado por Morfeu nas colinas na qual estávamos juntos aquele dia, ou terá sido um sonho. Mas não importa mais! A chuva nessa noite escura começa a cair e me desperto de pressa. Estou só, eu e a escuridão da noite profunda que me traz o manto da tristeza e das lamurias.

Tudo só me faz lembrar o que já passou. Noite escura, sem lua, sem estrelas para me guiar nessa escuridão. Estou só e é assim que vou ficar até me libertarem dessa minha prisão interna.

Aghata Venns

Aghata Venns
Enviado por Aghata Venns em 31/01/2015
Código do texto: T5120778
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