Já alguém amou...?
Já alguém amou com lágrimas nos olhos de felicidade e tristeza?
Com uma dor imensa no peito e no corpo de tanto amor recolhido?
Já alguém amou desmedidamente, tão desmedidamente que lhe faltem palavras para decifrar o tudo que fica pendurado no olhar e o corpo balança sem regra como a água amanhecendo nos rios, de gotas urdidas acarinhando a areia?
Tudo regressa ao princípio das coisas, vento suave que me cobre o rosto reconhecendo cada movimento, mais próximo, mais calmo e mais denso, sem pressa de chegar e de partir.
Já alguém amou em razões supremas de olhar um visor esperando aquela chamada do outro lado com mil caminhos a norte, todas as cumplicidades, todas as intimidades ou quase todas com fascinios ardentes nos olhos, pele dos dedos suados igualmente à leveza de um pássaro?!
Magia sem rota em olhos pardos meus e teus, suspiros saciados, febris…
Estou amando assim no agasalho das suas golas entre os cabelos que herdou num gesto insano, os dela!