Uma carta de amor mal escrita
Sábado, 3 de agosto de 2013. Faz 1 ano, 4 meses e 27 dias que te amo. Quando o vi pela primeira vez, sinceramente, pensei que estragaria tudo o que mais adoro: a literatura. Mas, de fato, isso não aconteceu. Entrou na sala como se fosse o rei dela e determinou, sem mais nem menos, o seu rumo. Não acreditei que tenha roubado minha grande paixão. Que ousadia, meu caro! Como conseguiu aumentar o meu amor por ela? Como o caminho de meu destino? Por quê? Nesse mesmo dia fiquei encantada, até um pouco enciumada, com os seus dizeres.
Sei que nunca me amará, porque, além da distância, somos diferentes, apesar de termos a nossa (Sim, eu disse "nossa") literatura. Não pensei que aprenderia tanto e que terei tanta vontade de ser alguém. O termo "alguém" é forte e, ao mesmo tempo, vago, mas, quer você acredite ou não, nunca me vi dessa forma. Acredito ser alguém desde o dia em que te conheci. Acredito, pois a literatura, filosofia e psicologia têm me apoiado suficientemente. Leio bastante sobre Antonio Candido, Nietzsche, Schopenhauer, Sartre e Montaigne tentando desvendar o fruto de minha existência, mas nunca chegarei a uma conclusão.
O que mais me entristece é o fato de não nos conhecermos verdadeiramente. Já tentei ser sua amiga de diversas maneiras e pessoas próximas a nós conseguiram esse feito. Não sei o que somos e não sei o que temos. Não entendo por que não chegamos, no mínimo, a esse nível, me gerando dúvidas.
Lembro-me da vez em que disse: "Grande admiração por você" e " Acho que você vai alcançar todos os prêmios e pódios da Literatura". Não compreendi tais afirmações a meu respeito, porém nunca tentou contato. Nossas conversas são fúteis e superficiais e não sei o porquê disso se compartilhamos a mesma arte.
Sou orgulhosa demais para dizer que te amo, a não ser através desta carta. Refleti e conclui que nunca, apesar de não me amar, terei ressentimento pelos sentimentos que não tem. Não o culpo de termos a mesma paixão e de estar perdida... Ah, escrevi uma pequena poesia sobre todo esse sincero amor e chama-se "transição literária'. Creio que marcou definitivamente, apesar de não transparecer tanta importância e continuarei a te amar, meu querido, pois me encontrei ao te encontrar.
Faz quatro meses que não te vejo, como morro de saudades. Suas palavras me estimulam a melhorar como ser, sendo elas uma "puta filosofia". Você é um homem de sucesso e terá um futuro brilhante, isso eu posso assegurar. Agradeço-te por me transferir toda sua literatura, todo seu amor por ela e o despertar de um amor e admiração inigualáveis. Siga seu caminho com esperança, pois ela move o mundo.
Com Carinho,
sua admiradora.