O Papel.

Sempre me fora muito àrduo esse processo de deixar minhas digitais em ti. Mas sempre esta à esperar, como se mendigasse meus gestos. Cruel e maliciosa é tua forma carente, colocando-se no papel de vítima. O que queres realmente? Tu que já arrancaste metade de mim, metade de tudo que é meu. Levaste embora consigo meus sorrisos, sortilégios, paixões absolutas, todas as minhas máximas metafisicas. Agora quer minhas linhas digitais em tua pele? Quer um “cuerpo a cuerpo” nos parâmetros de Sade? Já te engoli diversas vezes, rapaz. Principalmente na infância. Recordo-me muito bem do dia em que ousei degustar teu corpo, apenas pela curiosidade de saber qual era o sabor. Sei que também já lhe fiz em pedaços, em bolinhas, mas confesso que foi por raiva, não peço perdão. Hoje quero a redenção. A revanche por ter me tomado por anos, dia após dia. Vou lhe marcar pro resto da vida, meu caro rapaz. Criarei a expressão inapagável, nada ira te salvar. Mas onde foram parar as malditas palavras? Não ria da minha cara, seu filho da puta!! Sua límpida brancura me enoja. A caneta esta em minhas mãos, sua hora vai chegar. Você não perde por esperar.

Leonardo Schneider
Enviado por Leonardo Schneider em 02/12/2014
Código do texto: T5056098
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.