Eu não acredito em amor virtual
Por mais que fale aos quatro cantos das redes sociais que não vive sem mim, que me ama doidamente, que me quer bem, que, por mim, faz qualquer loucura; eu não acredito em amor virtual. Não me venha com essa conversa de fotonovela, de Facebook, de MSN, falar de amor eterno, que sou seu príncipe encantado… A gente nem se conhece de verdade!
Você me adicionou sem ao menos me conhecer. Mora num extremo do mundo e eu no outro. Você gosta de curtir a vida de forma que eu não curto. Tudo entre a gente é antagônico, de outra galáxia mesmo. A chance de nos conhecermos é mínima ou quase impossível. Segundo o que me diz, é filha única, mimada, riquinha; poliglota. Somos muito desiguais.
Somos, assim, diferentes, impacientes e de mundos opostos. Seu país é regido pela Monarquia e o meu pela República Democrática; seus pais trabalham no palácio do rei, e os meus são donos de um sítio conquistado a duras penas via MST… Nossas vidas são completamente dessemelhantes. Você, loirinha dos olhos azuis, sou guarani dos olhos rasgados, miscigenados até a alma.
Tudo nos leva ao ponto zero, ao marco que nunca devia ter existido. Fica me dizendo coisas que jamais existirão; amor não é teatro de mamulengo, nem sonho de poeta, nem poesia de jornal; amor é coisa séria, é laço que se eterniza no coração e nunca desata.